Hospital de Urgências na UTI

Prestes a completar 20 anos desde que foi implantado em Anápolis (agosto de 2005), o Hospital Estadual de Urgências “Doutor Henrique Santillo” se tornou pequeno para a demanda a que se propõe atender. Além disso, foi ampliado o raio de ação da unidade que passou a ser regional, ou seja, com a responsabilidade de dar cobertura às demandas de vários outros municípios. Esta nova ordenação fez com que o Hospital passasse a operar com capacidade total, em alguns casos, bem acima do limite, o que gera, até hoje, desconforto e constrangimentos. Em resumo: o HEANA está superlotado 24 horas por dia, sete dias na semana e 30 dias no mês.
Administrado pela Organização Social FUNEV, o Hospital conta, atualmente, com uma capacidade de 132 leitos, sendo 51 de Unidade de Terapia Intensiva – UTI e 81 de enfermaria. A unidade tem mais de 1000 colaboradores que, somados à estrutura física e protocolos implantados, oferecem internações clínicas e cirúrgicas, consultas e procedimentos eletivos, serviços de apoio e exames laboratoriais, gráficos e de imagem, como: radiologia, tomografia, ultrassonografia, ecodoppler, além de contar com uma agência transfusional. Toda a estrutura física e de recursos humanos, é voltada a um atendimento integral, humanizado e sistêmico do paciente, para valorizá-lo em sua jornada e priorizar-se a criação de valores.
Mas, o Hospital “Doutor Henrique Santillo” necessita, urgentemente, de ampliações, tanto no aspecto físico, como na questão funcional. O Governo do Estado parece não ver, ou, não querer ver a urgência da situação. E, a classe política anapolina, também, “lava as mãos”, cruza os braços e vira as costas para este enorme problema. A saúde pública em Anápolis está, literalmente, “na UTI”. Até quando esta situação vai prevalecer?
Perdas e promessas

É considerável o volume de perdas do setor hortifrutigranjeiro de Anápolis, devido ao acanhado porte do Mercado do Produtor, também, conhecido por CEASA de Anápolis. Muito da produção regional que poderia ser comercializada no Município, o que geraria divisas e alimentaria o capital circulante, tem sido levado para Goiânia. Por sinal, a Prefeitura da Capital está com as obras de ampliação da CEASA (Central de Abastecimento) em ritmo acelerado. Aquela unidade vai dobrar de tamanho literalmente.
Implantado nos anos 80 (administração Adhemar Santillo) no Setor Jamil Miguel, o Mercado do Produtor de Anápolis recebeu, ao longo de todo esse tempo, pequena melhorias, incompatíveis com a sua importância. Por diversas vezes falou-se na ampliação (inviável pela falta de espaço) ou, na construção de outro mercado. Inclusive, recentemente, este assunto voltou a ser comentado na Cidade. Mas, até agora, só conversa.
Grandes números, grandes preocupações

Segundo o informativo da Prefeitura, o Hospital Municipal Alfredo Abrahão, no Jardim Progresso, em menos de seis meses, realizou cerca de 17.892 atendimentos de urgência e emergência (média de 99 por dia, inclusive domingos, feriados, dias santificados e outros), além de 70.105 exames de diversas especialidades (média de 389 por dia). Os dados, de 1º de janeiro a 12 de junho, incluem exames especializados, laboratoriais e pequenos procedimentos cirúrgicos. Isto, sem contar 1.470 cirurgias eletivas (oito por dia) e 329 de urgência (1,8 por dia) e 9.453 pequenos procedimentos ambulatoriais (52,51 por dia) e, ainda, 532 procedimentos eletivos ambulatoriais (2,9 por dia). É muito atendimento…
Vale dizer que a unidade é voltada só para a realização de exames e consultas médicas especializadas, além de atendimentos emergenciais relacionados a traumas, queimaduras, animais peçonhentos e pequenas cirurgias. Entre os exames realizados estão: 26.520 radiografias (com e sem contraste), 37.595 (1.250 por dia); análises clínicas, 504 tomografias (2,8 por dia), 1.622 eletrocardiogramas (9 por dia) e 1.802 exames de anatomia patológica (10 por dia). São números de causar inveja aos chamados grandes hospitais espalhados pelo Brasil. Mas, são cifras preocupantes, pois, o relato é, apenas, do Hospital Alfredo Abrão. Não se computam os dados de outras unidades, inclusive da Rede Estadual de Saúde e da Rede Privada. A julgar por isto, leva-se a entender que a população anapolina tem um preocupante índice de gente adoentada.
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