A indústria, o comércio e o agronegócio serão os primeiros beneficiados com a internacionalização do Aeroporto Santa Genoveva. A projeção foi feita pelo governador Ronaldo Caiado, na manhã desta segunda-feira (24/08), durante apresentação do novo salão de embarque e desembarque, decorado com painéis temáticos que exaltam a cultura, a fauna, a flora e as potencialidade de Goiás.
“Essa abertura, tanto para importação quanto para exportação de nossos produtos, dá um upgrade no reconhecimento de Goiás no cenário internacional”, disse o governador. “Não seremos tratados como um aeroporto acessório”, assinalou. De acordo com ele, com a internacionalização projeta-se duplicar as oportunidades de empregos.
Apesar de o transporte de cargas ter previsão de ser o primeiro a movimentar a economia goiana, o governador também estima o aquecimento do setor de turismo, principalmente no período pós-pandemia. “Nossa equipe de governo trabalha para buscar as empresas, seja de voos charters [transporte aéreo comercial público e não regular] ou de empresas regulares e da iniciativa privada”, enumerou Caiado. Segundo ele, Goiás é referência na aviação de pequeno e médio portes e a pretensão é tornar o Estado um ponto logístico no Centro-Oeste, ainda mais importante do que já é atualmente.
Trabalho integrado
O trabalho integrado de Goiás com o Governo Federal foi destacado pelo secretário da Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Adonídio Neto. Segundo ele, a parceria possibilita ao Estado conquistar o primeiro título internacional de um aeroporto durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro e irá alavancar o desenvolvimento econômico. “Nós temos um fluxo de comércio exterior muito grande. Não conseguiríamos aumentar nosso potencial de logística sem um aeroporto internacional”, ponderou.
O presidente da Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo), Fabrício Amaral, lembrou que, mesmo antes do início da pandemia, o Governo de Goiás já havia consolidado estudos e iniciado negociações com empresas de voos comerciais. Amaral exemplificou o potencial do Estado, principalmente em relação aos turistas europeus, muito ligados a questões ambientais e da natureza, e aos africanos, que já descobriram na Região da 44, em Goiânia, uma fonte rentável de produtos para levar aos seus países de origem.
Outra medida do Governo de Goiás favorável à atração de empresários do setor foi citada pelo vice-governador Lincoln Tejota. Ele assinalou que a redução do percentual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do combustível da aviação, no ano passado, de 15% para 7%, contribuirá para trazer mais voos para Goiânia, além de incrementar abastecimento de aeronaves na capital.
Primeiro voo internacional pousa em Goiânia nesta terça-feira (25)

Durante a visita técnica que o governador Ronaldo Caiado fez ao Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia, o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Adonídio Neto, anunciou que, nesta terça-feira (25/08), o primeiro voo internacional pousa na capital do Estado, vindo de Buenos Aires, na Argentina. Será uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, detalhou.
Os benefícios fiscais para Goiás, que chegam junto com a internacionalização do Santa Genoveva, foram citados pelo delegado da Receita Federal, José Aureliano Matos. Como o modal de Goiânia tem, agora, uma zona primária, ou seja, um espaço de fronteira, ele está apto a receber cargas do exterior – que, normalmente, chegavam por Guarulhos, São Paulo.
“Os tributos estaduais, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e federais, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ficam no Estado quando essas mercadorias chegarem por aqui”, explicou José Aureliano. Da mesma forma, continuou, os passageiros advindos de fora do País passam a consumir em Goiânia também, o que aumenta o recolhimento dos tributos, que passam a beneficiar a população goiana e não a de outras unidades federativas.
A adequação na recepção da alfândega foi um processo que prezou e cumpriu todas as etapas para oferecer segurança e conforto aos cerca de 300 passageiros que começarão a desembarcar do exterior em Goiânia. Cerca de R$ 185 mil foram investidos nessa área exclusiva e, ainda, há previsão para a aquisição de equipamentos avançados de reconhecimento facial e a construção, em parceria com a Infraero, de um canil para cães farejadores, com o intuito de coibir entrada e saída de drogas a partir do Estado.
Certificação Anac
Ainda durante a solenidade, o superintendente do aeroporto, Antonio Sales (representando o presidente da Infraero, Tenente Brigadeiro do Ar, Hélio Paes de Barros), entregou ao governador Ronaldo Caiado três documentos que atestam a internacionalização do Santa Genoveva: o ato declaratório executivo da Receita Federal; o certificado de segurança operacional, via Agência Nacional da Aviação Civil (Anac); e a própria portaria da agência, de número 2.076, que abre o tráfego internacional e insere o aeroporto de Goiânia entre os 30 maiores do Brasil, com 3,2 milhões de passageiros.
O crescimento da economia goiana, a partir do evento simbólico, também foi traduzida por Sales utilizando uma expressão que passou a fazer parte da rotina do governador Ronaldo Caiado desde o início da pandemia do novo coronavírus. “O aeroporto já vive uma realidade de retomada operacional e a gente espera que seja crescente e feche dezembro com um volume bastante superior ao que a gente previa”, pontuou ao comparar o número de assentos ofertados nos meses de abril passado e agosto: 12 mil contra os 80 mil atuais.
Histórico
Os primeiros passos para alcançar o objetivo envolveram uma série de reuniões com representantes dos quatro órgãos que precisam dar o aval para a internacionalização de um aeroporto no Brasil. O Santa Genoveva já tinha, em razão das tratativas do governador, conquistado a anuência da Polícia Federal, Ministério da Agricultura, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Receita Federal – esta última, em julho passado. Faltava, apenas, o crivo da Anac e a publicação no DOU, que ocorreram no último dia 20 de agosto.
O documento detalhou que as operações internacionais no modal de Goiânia estão autorizadas para os serviços aéreos públicos regulares e não regulares, incluindo táxi-aéreo e aviação em geral. O período de abertura ao tráfego aéreo internacional será ininterrupto e a designação, ora concedida, é por prazo indeterminado. (Com informações da Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás)