Ainda não é bem claro o tamanho da base do prefeito Márcio Corrêa na Câmara Municipal. Mas, é líquido e certo que o apoio dos vereadores é o suficiente para garantir a governabilidade da gestão.
Na abertura dos trabalhos de 2025 da 20ª legislatura, o prefeito Márcio Corrêa compareceu ao Poder Legislativo, numa demonstração de que quer colocar o seu mandato mais próximo do mandato dos vereadores.
Alinhamento não significa subserviência e a base desse relacionamento deve se pautar na harmonia entre os poderes.
Claro que oposição ele deve ter e ela é, inclusive, fundamental dentro do processo democrático, até mesmo para dar ao governante uma noção do seu trabalho sob outro ponto de vista, sob outra interpretação.
Na história do Legislativo anapolino, pelo menos até onde se tem conhecimento, sempre houve oposição. No governo de Wolney Martins, em meados da década de 1980, havia um embate forte entre oposição e situação na Câmara Municipal. Muitas vezes, até, com princípios de embates físicos.
Claro que esse tipo de embate, no corpo a corpo, não é o que se revela seja para oposição, seja para situação. Mas o debate, a divergência e até o calor das discussões, fazem parte do jogo político.
Cassação e intervenção
Mas, ainda voltando um pouco ao passado, foi a oposição também que decretou a cassação do então prefeito Ernani de Paula. Ainda hoje, há controvérsia se na época, os fatos elencados pela Comissão Especial de Investigação (CEI) eram suficientes e contundentes a ponto de se chegar a essa medida extremada ou se teve peso maior a decisão política.
Seja como for, a cassação ocorreu e foi o primeiro episódio envolvendo a cassação de um gestor do município, resultando também numa intervenção do Estado, que nomeou para mandato tampão um interventor: Alcides Rodrigues Filho.
Após a intervenção, Pedro Sahium foi eleito prefeito e teve uma oposição aguerrida, mas não tanto quanto as de seus sucessores.
Nas administrações mais recentes: de Antônio Gomide, João Gomes e Roberto Naves houve também oposição, porém, menos forte. Em todo caso, oposição é oposição.
Agora, na gestão Márcio Corrêa, a tendência segue de se ter uma maioria para a governabilidade e a oposição necessária.
E, oposição que se preza, nunca vai deixar de lado o interesse maior que é a população representada. Isso é maior do que partido, do que ideologia.
A administração está só começando e a Câmara Municipal, através dos seus 23 vereadores legitimamente escolhido nas urnas, têm muitos desafios pela frente e o que se espera é que a maturidade política se sobressaia e, com isso, a cidade é quem tem a ganhar.
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