Sociedade Brasileira de Infectologia lança ação online focada em jovens para conscientizar sobre HIV/Aids e combater estigmas sociais.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) lançou a campanha digital “HIV/Aids – Lembrar para jamais esquecer” para conscientizar os jovens sobre a doença. A campanha, que atinge especialmente a faixa etária de 13 a 29 anos, incluirá postagens, vídeos e uma minissérie documental.
Em 2022, 23,4% dos diagnósticos de HIV foram de jovens entre 15 e 24 anos, destacando a urgência de ações de conscientização nesse grupo.
O primeiro episódio da minissérie será exibido no YouTube no Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro. A produção revisita quarenta anos da história do HIV no Brasil, apresentando relatos de pessoas que viveram e convivem com o vírus, destacando as transformações ao longo do tempo.
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Dados preocupantes
O boletim da SBI também revela um aumento preocupante nos casos entre mulheres acima de 50 anos, que passaram de 11,4% em 2012 para 20,3% em 2022. O relatório do Ministério da Saúde de 2023 registrou 489.594 infecções entre 2007 e 2023, com 70,5% dos casos em homens.
De 1980 a junho de 2023, foram mais de 1,1 milhão de casos de aids no Brasil, com uma média anual de 35,9 mil novos casos nos últimos cinco anos.
O coordenador científico da SBI, Alexandre Naime Barbosa, enfatiza a importância de detectar o HIV precocemente para garantir acesso ao tratamento adequado. No entanto, ele observa que muitos brasileiros ainda enfrentam dificuldades para acessar testes e cuidados de saúde, apesar do direito garantido pela Lei 9.313/96.
Prevenção e desafios
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) é uma importante estratégia preventiva disponível no SUS desde 2018, mas enfrenta desafios de alcance. Em 2022, era utilizada principalmente por homens gays e brancos com alta escolaridade. O número de usuários subiu de 50 mil em 2022 para 73 mil no ano passado.
A falta de acesso a estratégias de prevenção é uma preocupação, especialmente entre negros, que representam 65% dos novos casos de HIV em 2022. O SUS oferece acesso universal e gratuito a medicamentos antirretrovirais. (Por Vander Lúcio Barbosa – @vanderlucio.jornalista)
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