Grupos de atletas alegam que a decisão foi precipitada, uma vez que apenas 5 das 12 parcelas estipuladas no contrato foram liberadas. Cerca de 40 atletas paralímpicos enviaram um e-mail ao ministério pedindo a continuidade dos depósitos. “Acreditamos que o fim dos Jogos não deve impedir a quitação total da bolsa”, afirmam os esportistas, que preferem permanecer anônimos.
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O ministério, por sua vez, defende que os pagamentos são feitos em até 12 parcelas mensais ou até o término dos Jogos, “o que ocorrer primeiro”. Contudo, os atletas afirmam que o contrato garante que o valor total deve ser pago, independentemente do encerramento dos Jogos.
A Bolsa Pódio varia entre R$ 5,5 mil e R$ 16,6 mil mensais, destinada a atletas que estão entre os 20 melhores de suas modalidades. A ginasta Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica da história do Brasil, é uma das beneficiárias do programa.
O contrato da categoria mais alta, por exemplo, prevê que o governo repassará R$ 180 mil, pagos em até 12 parcelas mensais de R$ 15 mil. No entendimento dos atletas, isso significa que o valor deve ser integralmente pago, mesmo que em menos de 12 meses.
Atualmente, o governo já desembolsou R$ 75 mil para atletas que figuram entre os três melhores de suas categorias. Na última semana, os atletas expressaram sua preocupação com o fim dos pagamentos em reunião com a equipe técnica do Bolsa Atleta, mas foram informados que haveria esclarecimentos nos dias seguintes. No entanto, nesta segunda-feira, o programa anunciou oficialmente o cancelamento da Bolsa Pódio.
Os atletas ressaltaram em seu e-mail ao ministro que dedicaram suas vidas ao esporte e levaram o nome do Brasil ao exterior. O grupo pediu “cumprimento integral do contrato do Bolsa Pódio”, reivindicando o pagamento total do valor acordado.
Em nota, o Ministério do Esporte reafirmou que a legislação pertinente define o fim do ciclo olímpico como limite para os pagamentos. O ministro André Fufuca (PP-MA) comentou a situação, afirmando que está “finalizando os detalhes” do novo edital do Bolsa Pódio, que atenderá os Jogos de 2028, em Los Angeles. “Compreendemos a preocupação dos atletas, especialmente em momentos de transição entre ciclos”, disse Fufuca.
Além disso, o ministério anunciou uma portaria que reajusta os valores do Bolsa Atleta e estabelece punições para manipulações de apostas e resultados esportivos. A bolsa mais alta agora é de R$ 16.629 mensais, subindo de R$ 15 mil.
Com informações do Extra.