A tranquila cidade de Cocalzinho de Goiás, de repente, ganhou espaço na mídia nacional (e, até, na internacional) devido ao “Episódio Lázaro”, homem que acabou tombando morto, epílogo do caso de violência que deixou um rastro de muita dor e muito sofrimento. De região pacata, praticamente desconhecida, embora a poucos quilômetros de Brasília, a Capital da República, Cocalzinho passou a sofrer uma espécie de estigma, devido aos fatos já narrados e, provavelmente, aos que ainda vão ser objeto de muitas especulações, debates, polêmicas e avaliações das mais diversas vertentes.
Por certo, gente ligada a Cocalzinho vai sofrer, na pele, preconceitos e discriminações, por ser originária de um município que, por durante 20 dias, ocupou espaços no rádio; nas tevês, nos jornais, revistas e, principalmente, nas redes sociais. E, ironicamente, devido a episódios protagonizados por uma pessoa que nem era de lá, e nem tinha qualquer ligação econômica, cultural e/ou afetiva com Cocalzinho de Goiás. Por durante muitos anos, com certeza, este nome, ao ser pronunciado, vai reavivar a lembrança de muitos que, indiscutivelmente, irão ligar o “Episódio Lázaro” àquele município.
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Uma pena, porque Cocalzinho de Goiás bem que poderia ser uma cidade lembrada pelo muito que contribuiu e, contribui até nos dias de hoje para o progresso e o desenvolvimento de Goiás e do Brasil. Poucos sabem, mas, foi de lá que veio a maior parte do cimento empregado na construção de Goiânia e, principalmente, de Brasília. O cimento de Cocalzinho ganhou outras partes do Brasil e foi importante para a indústria da construção civil por durante muitas décadas.
E, por que não se lembrar daquele município como um dos mais promissores em diversas vertentes econômicas, participando, efetivamente, da arrancada de progresso de toda a região Cento Oeste e, muito particularmente, do Entorno do Distrito Federal? Outro detalhe pouco, ou, quase nunca, lembrado: a existência, em Cocalzinho de Goiás, de uma série de projetos cristãos, como acampamentos de igrejas, locais de paz e de reflexão. Dentre eles, a Missão Vida, que já cuidou de milhares e cuida, atualmente, de centenas de homens, antes tidos como párias, drogativos, alcoólatras e outros excluídos, que tiveram e, continuam tendo, novas oportunidades de se reintegrarem à sociedade, através de um sério trabalho ali realizado.
Isto, sem se falar em iniciativas do mundo turístico, como a existência de pousadas, hotéis e sítios de recreio, aproveitando-se a bela paisagem do Cerrado, a proximidade da Capital da República e o histórico de um município por demais importante para ser lembrado, apenas, devido a um lamentável fato isolado, que foi o “Episódio Lázaro”. Cocalzinho merece muito mais. E, ironicamente, não consta, até agora, que Lázaro tenha cometido qualquer crime de morte em Cocalzinho. O crime maior foi em Ceilândia, Distrito Federal, onde matou quatro pessoas de uma mesma família. Sem contar que ele foi morto em outra cidade (Águas Lindas) a 50 quilômetros de distância.