De outubro de 2020 a outubro de 2025, a frota de veículos emplacados em Anápolis passou de 287.027 para 336.934. Um incremento de 17,39%. O que, trocando em miúdos, são 49.907 veículos a mais na frota ao logo do período.
Isso já é motivo suficiente para que o tema mobilidade urbana esteja no radar dos debates sobre a Revisão do Plano Diretor Participativo.
E, antes de mais nada, vale uma observação: o trânsito é apenas uma parte que envolve a mobilidade urbana. No sentido mais amplo, a mobilidade envolve tudo que se refere ao deslocamento de pessoas no espaço urbano.
Sendo assim, a mobilidade abarca o trânsito de veículos; os transportes de passageiros de massa (coletivo), taxi e os de aplicativo; a questão dos estacionamentos e da acessibilidade; as ciclovias; os pedestres.
Enfim, sob o guarda-chuva da mobilidade urbana está muita coisa que envolve o cotidiano das pessoas que precisam ir e vir seja para o trabalho, a escola ou mesmo para os locais de lazer.
Entretanto, o trânsito é uma parte nevrálgica, pode-se dizer, dentro do contexto da mobilidade urbana. E, no caso de Anápolis, o trânsito é um desafio permanente, considerando que a cidade não nasceu planejada.
Dentro da urbe, tem-se uma enorme quantidade de vias muito estreitas que provocam estrangulamentos no tráfego de veículos.
E, também, tem-se muitas situações de calçadas que não passam duas pessoas juntas, tendo uma que se arriscar e andar pela rua. Sem contar calçadas que são ocupadas de forma irregular, por carros ou por exposição de produtos de lojas.
Anápolis tem um comércio atacadista intenso na região central e que, por conta disso, demanda um volume de tráfego considerável de veículos de cargas.
Soma-se a isso, fatores outros que vieram se integram aos hábitos de consumo da população. Exemplo são os serviços de delivery, a maioria, por entrega em motocicletas.
Na frota atual do município, os veículos de ruas rodas emplacados no município somavam até o último mês de outubro 90.400. Em outubro de 2020, eram 76.405. Um crescimento, no período, de 18,32%. Isso dá 13.995 motocicletas, motonetas e ciclomotores a mais na composição da frota local.
Outro desfio que deve estar na pauta da revisão do Plano Diretor é a questão das eletromobilidade. Com mais carros elétricos em circulação e tendência de aumento desse tipo de veículo, será necessário debater como, por exemplo, serão ampliadas as estações de recarga.
Intervenções
Mas, voltando à questão do trânsito, a gestão do prefeito Márcio Corrêa tem procurado corrigir alguns gargalos, com intervenções em locais considerados críticos, como nas regiões dos viadutos Ayrton Senna (já concluída) e Recando do Sol (em fase de conclusão)
Intervenções também devem ser feitas no viaduto Miguel Moreira Braga, conhecido também como viaduto da Havan.
Em que pese essas intervenções sejam importantes, o trânsito da cidade como um todo deve ter uma atenção especial no Plano Diretor. Não nos esquecendo que essa é uma parte da mobilidade urbana.
Portanto, tem muita coisa para ser analisada, debatida, planejada e mudada para preparar Anápolis para mais um ciclo de crescimento de 10 anos.

Informações da frota/Senatran
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