Nas famílias cristãs, as crianças ainda pequenas são incentivadas a falar com Deus por meio das orações. Costumam ser frases simples e objetivas e, muitas vezes, sequer nos damos conta da profundidade do que foi apresentado naqueles momentos. A oração não requer floreios, frases de efeito ou um texto elaborado previamente. Os requisitos primordiais são sinceridade de coração e certeza de que a intercessão será ouvida pelo Senhor e respondida. “E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão” (Mt 21:22).
Existe, no entanto, a possibilidade de receber ou não uma resposta de Deus. Por que isso acontece? Será que Deus restringe sua atenção a algumas pessoas ou a determinados assuntos? Será que a oração dentro da igreja, em alto e bom som, tem mais chance de ser respondida que aquela feita na intimidade do quarto? Esteja certo de que Deus está sempre pronto a nos ouvir e responder e a ausência de retorno está diretamente relacionada à forma como apresentamos a nossa prece. Precisamos entender que o pedido apresentado deve ser feito não segundo o nosso desejo humano, mas de acordo com a vontade de Deus para nossas vidas. “Esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que já alcançamos as coisas que lhe temos pedido” (I Jo 5:14-15).
A vontade do Senhor deve ser soberana na vida de seus servo. Por isso, devemos estar conscientes de que a resposta nem sempre será aquela que gostaríamos. A Bíblia diz que uma oração eficaz deve ser feita: em nome de Jesus – “Tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei” (Jo 14:13-14); com a mediação do Espírito Santo – “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Ro 8:26); e com fé – “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento” (Tg 1:5-6).
Da mesma forma, as Escrituras Sagradas nos advertem de que egoísmo (Tg 4:3), pecado (Sl 66:18), idolatria (Ez 14:3-4), falta de liberalidade (Pv 21:13), ressentimento (Mc 11:25), infidelidade (I Pe 3:7) e incredulidade (Tg 1:5-7) são sentimentos e atitudes que impedem que nossas orações sejam ouvidas e respondidas.
De que adianta clamar se o coração, mente e atitudes estão distantes das expectativas do Senhor para uma vida consagrada? A oração não é uma mágica e precisa ser entendida como uma conversa com Deus, em que a intimidade facilita falar e ouvir, pedir e aceitar a resposta dada. No mais, “orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos” (Ef 6:18), pois “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Fp 4:19).