Geralmente, o perfeccionismo vem junto de um excesso de autocritica que nos impede de sermos mais criativos e seguir adiante com algumas ideias. Nos impede de aceitar que ideias mirabolantes possam ser ideias incríveis. E dentro disso vou te dizer uma coisa muito séria, então preste bastante atenção: Se você não estiver preparado para errar, você nunca terá uma ideia original.
O professor Sir Ken Robinson fez uma palestra com o tema Como as escolas matam a criatividade?, isso foi em 2006 e até hoje, é a campeã de audiência dos TED Talks. Segundo ele, tanto escolas como empresas continuamente promovem o medo de errar. E de fato vemos essa falha na educação, principalmente em nosso país. Não importa o desafio, você precisa estar dento do padrão que a sociedade determina. Se errar, está tudo acabado.
Faz tempo que empresas e escolas declaram considerar a criatividade uma habilidade fundamental. Em 2010, uma pesquisa do IBM Global Business Services com 1,5 mil líderes do setor público de 60 países colocou a criatividade no topo do ranking das qualidades indispensáveis para o sucesso em cargos de liderança. E a edição 2020 do relatório The future of jobs, do Fórum Econômico Mundial, elenca a criatividade como a terceira competência chave para os profissionais do futuro.
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Não à toa, a palavra aparece constantemente entre as mais usadas em perfis do Linke- dIn. E não à toa, em 2022, o Pisa, maior programa internacional de avaliação de estudantes – e que até então avaliava apenas os domínios de leitura, matemática e ciências – aplicará um teste inédito de pensamento criativo.
Num contexto cooperativo já está provado que as possibilidades de criação genuína e poderosa são infinitamente maiores do que em contextos competitivos. Um dos estudos realizado pelo Itif (sigla em inglês de Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação), descobriu que os inventores chegam ao seu auge no final dos 40 anos e são mais produtivos na última metade das suas carreiras. Aliás, desde a década de 1980, as descobertas dos ganhadores do Nobel de Física ocorreram, em média, aos 50 anos – e o pico de criatividade deles aumenta a cada ano.
No documentário Como o cérebro cria, disponível na Netflix e inspirado no livro homônimo, o neurologista David Eagleman entrevista artistas, inventores, cientistas e profissionais de diversas áreas. Tudo para explicar as dinâmicas neurológicas da criatividade e como podemos utilizá-las para favorecer o nosso potencial criativo.
Segundo Eagleman, o cérebro humano é especialista em criar novos caminhos e conexões. Isso acontece pela interação de bilhões de neurônios capazes de enviar trilhões de impulsos elétricos, com origem em visões, sons, memórias, pensamentos e emoções a que temos acesso. Quanto mais bagagem, mais trilhas. “Os incontáveis caminhos através dessas redes são o alicerce da nossa criatividade”, disse ele.
É de suma importância o repertório para o desenvolvimento da criatividade. Ideias novas nascem do caldeirão de conhecimentos, estímulos e memórias arquivadas no cérebro. Ou seja, tudo aquilo pelo qual você se interessa, com o que convive e que consome, influencia seu poder de criação. Tudo o que compõem seu repertório pessoal determina o alcance das suas ideias. E não podemos deixar de citar, é claro, os hábitos de interagir com as pessoas e de fazer pequenas coisas diferentes no cotidiano, porque também assim aumentaremos nossos repertórios pessoais e, consequentemente, nosso “ser criativo”.