Para muitas pessoas, uma taça de álcool por dia garante uma dose segura, porém, para quem convive com a gota, o consumo de cerveja representa riscos significativos. Esse tipo de artrite surge quando níveis elevados de ácido úrico no sangue criam cristais nas articulações, o que causa crises intensas de dor e inchaço. Inicialmente, o processo começa com um aumento silencioso do ácido úrico, mas logo evolui para crises dolorosas e, com o tempo, se transforma em uma condição crônica. Em estágios avançados, a gota atinge várias articulações, com intervalos cada vez menores entre as crises.
Riscos do consumo de cerveja para quem tem gota
Além de elevar o risco de formação de cristais, o consumo de cerveja favorece o acúmulo de pedras nos rins e tofos — nódulos que se formam sob a pele. As pessoas com gota também ficam expostas a riscos de doenças graves, como problemas cardíacos e diabetes. Nesse cenário, médicos recomendam a redução de alimentos e bebidas ricos em purinas, pois essas substâncias se decompõem em ácido úrico durante a digestão.
A cerveja e outros tipos de álcool afetam diretamente a retenção desse ácido pelos rins, o que aumenta o risco de gota. Theodore Fields, reumatologista do Hospital for Special Surgery, explica que o álcool estimula a reabsorção do ácido úrico pelo organismo, reduzindo sua eliminação pela urina e, assim, intensificando o risco de formação de cristais.
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Cerveja e outros tipos de álcool: quem representa mais perigo para a gota?
Pesquisas indicam que todos os tipos de álcool influenciam a gota, porém, a cerveja se destaca como a mais prejudicial devido aos altos níveis de purinas. Um estudo publicado na revista The Lancet aponta que o consumo de duas ou mais cervejas diárias dobra o risco de gota, enquanto a ingestão de destilados aumenta esse risco em 1,6 vez.
Embora menos nocivo, o vinho também oferece perigo para quem já apresenta a condição. Em estudos focados na gota, participantes que consumiram uma a duas bebidas em 24 horas enfrentaram um risco 36% maior de novos ataques, comparados aos que se abstiveram no período. Como explica o Dr. Jonathan Greer, especialista em reumatologia, o vinho parece ser menos arriscado que outros tipos de álcool, mas ainda pode desencadear crises de gota.
Os especialistas são unânimes: quem convive com a gota precisa evitar o álcool para reduzir crises e preservar a saúde das articulações e dos rins.