A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Anápolis, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 1º/12, teve um momento de tensão após o presidente, vereador Leandro Ribeiro (PP), fazer o encaminhamento de uma denúncia que chegou à Casa, envolvendo o gabinete do vereador Policial Federal Suender (PSL).
Leandro Ribeiro leu a denúncia encaminhada por um cidadão chamado Santiago Miler, denúncia essa que foi também endereçada à Procuradoria do Município e ao Ministério Público.
Devido a isso e à gravidade dos fatos apresentados na denúncia- justificou Leandro Ribeiro- é que encaminhou a referida denúncia para que a mesma seja apurada também no âmbito da Corregedoria. O fato já tinha um encaminhamento na Procuradoria Legislativa, inclusive, com prazo de 10 dias para a defesa do parlamentar.
Conforme o documento lido no plenário, documentos do gabinete do vereador Policial Suender estariam sendo assinados por uma outra pessoa com a anuência do mesmo. Ou seja, essa pessoa, que seria servidor no gabinete, estaria assinando os documentos como se fosse o parlamentar.
O presidente Leandro Ribeiro ainda disse que, se os documentos fossem assinador, por exemplo, pelo chefe de gabinete com a sua própria assinatura, seria uma “denúncia vazia”, porque em qualquer gabinete existe essa prerrogativa.
De qualquer forma, assinalou que o vereador denunciado terá o amplo direito à defesa, inclusive, podendo se antecipar encaminhando à corregedoria os documentos citados na denúncia, que estariam de forma irregular.
Outro lado
O vereador Suender considera que, de fato, se trata de uma “denúncia vazia”. “Vamos prender o bandido que fez isso”, disse o parlamentar, afirmando que não cometeu nenhum ato ilícito e que o crime foi praticado pelo denunciante que, segundo afirmou, é “um nome fake”.
Conforme destacou Suender, a pessoa, ou seja, o denunciante é uma pessoa que não existe, pelo menos, conforme apurou, na Prefeitura ou na Câmara.
O parlamentar disse estranhar o fato de o presidente trazer a denúncia para a sessão, antes de o prazo dado a ele na Procuraria Legislativa ter se expirado. O que deve ocorrer na próxima sexta-feira, 03.
CEI
O vereador Jakson Charles (PSB) pontuou que são denúncias sérias e que devem ser apuradas de forma profunda, “até para que possa dar tranquilidade a todos nós”. Ele pediu que a corregedoria abra uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para que os fatos sejam apurados, inclusive, para que o vereador Suender possa fazer a sua defesa.
O vereador Domingos de Paula (PV), vice-presidente da Mesa Diretora e corregedor da Casa, afiançou que num primeiro momento vai apenas chamar o vereador Suender “para uma conversa”, bem como outras pessoas para que possa elaborar um parecer.
“Por enquanto, não tem CEI”, frisou.