Curva não para de se acentuar, tanto em relação aos casos confirmados quanto no número total de mortos, que quebra recordes todos os dias
Há 2 meses nós acompanhávamos atônitos a situação da Itália, na Europa, quando o país já somava 2.500 mortos pelo COVID-19. O número de vítimas crescia em 400, 500, 600 a cada dia. De um oceano de distância, mal sabíamos nós o que nos esperava. Muitos justificavam que o “velho continente” estava no rigor do inverno, que a população era idosa, que a densidade demográfica era maior, que medidas de isolamento não tinham sido tomadas. Cada um dava o seu palpite, afastando a hipótese do mesmo acontecer no Brasil. “Temos calor”, “o vírus morre com o sol”, “nossa densidade demográfica vai barrar a transmissão”, “nossa população é de jovens”, diziam aqueles que permitiram a realização do Carnaval e que, depois, continuaram tentando minimizar a gravidade do problema. Até que surgiu o 1º caso da doença no dia 26 de fevereiro. Quando a 1ª morte aconteceu, em 18 de março, já eram 291 casos.
Até aí, nem as autoridades levavam a sério a tal pandemia. Estados como Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro eram vozes destoadas em meio à população que não queria acreditar que algo parecido estivesse em curso para esses lados. Pois bem, levou praticamente 1 mês para que o país registrasse 1 mil mortes pela doença. Algo que soou espantoso. Mas nada comparado ao que estava por vir. A morte de número 2 mil levou apenas 1 semana para acontecer. Na semana seguinte, 3.300 pessoas estavam mortas. Em 50 dias de pandemia, esse número chegou até a espantosa marca de 9.146. É uma marca 50% maior que o número de homicídios registrada no país no mesmo período de 2019. E à exemplo do que ocorreu na Itália e depois na Espanha, o número diário de mortes quebra recorde atrás de recorde. No dia 5 de abril foram 73. No dia 10, 141. Dia 15 de abril, 204. Dia 24 de abril, morreram no mesmo dia 407 doentes e, no dia 7 de maio, 610 pessoas foram vitimadas pela doença em apenas 24 horas e 10 mil novos casos diagnosticados, acumulando um total geral de 136 mil contaminados.
Quem acompanha a curva percebe que ela vem ganhando força, apesar do isolamento social e ainda não dá sinais nem de desaceleração, o que dirá de achatamento ou estabilização. Uma situação para a qual o país não estava preparado e que ainda não está, devida a concentração dos casos em determinadas regiões do país. Enquanto alguns municípios e hospitais na região norte e sudeste do país já atingiram o colapso, estados como Goiás experimentam uma realidade muito mais tranquila, o que favorece o relaxamento das medidas de isolamento social. Anápolis teve até agora 1 único óbito atribuído ao vírus e o número de casos vem aumentando de forma discreta. A 1ª pessoa infectada foi confirmada no dia 16 de março. Já a primeira morte só ocorreu no dia 1º de maio, 44 dias depois. Até agora não há registro de outro óbito, mas o número de casos confirmados aumentou 16% nesta semana, passando de 54 para 63. Considerando o estado todo, a situação é igualmente calma. São 1.027 casos confirmados em Goiás, com 44 óbitos. As 17 cidades com mortes confirmadas são: Águas Lindas de Goiás (1), Anápolis (1), Aparecida de Goiânia (3), Campos Belos (1), Goiandira (1), Goianésia (3), Goiânia (21), Ipameri (1), Iporá (1), Luziânia (3), Novo Gama (1), Paraúna (1), Pires do Rio (1), Planaltina (1), Professor Jamil (2), Rio Verde (1) e Valparaíso de Goiás (1).