Em Goiás em Anápolis, o número de casos de dengue tiveram expressiva redução. Mas, é preciso ficar alerta
Como reza o dotado popular: “Antes prevenir, do que remediar”. Nada é tão atual, neste momento, como o conselho que vem da sabedoria popular. Em Anápolis, a máxima vem sendo levada quase que ao pé da letra no que concerne à prevenção da dengue, doença que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que é também vetor da chikungunya, da febre zica e também da febre amarela.
A Prefeitura de Anápolis lançou, recentemente, uma ampla campanha de conscientização da população sobre a doença, que tem o mote: “Lutar contra um inimigo é difícil, contra dois é pior ainda”, fazendo referência ao momento atual da pandemia do coronavírus.
A preocupação é recorrente, pelo fato de que, em razão da pandemia, o sistema de saúde está com elevada demanda em função das pessoas que estão necessitando de tratamento contra a Covid-19 e os seus agravamentos. Além do que, durante o período chuvoso, há uma tendência de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Portanto, a população não deve baixar a guarda com as medidas de prevenção dentro de suas residências, evitando locais que acumulem água, pois este é o ambiente onde o vetor se reproduz.
Agora, a boa notícia é que nos últimos 10 anos, Anápolis tem a menor incidência de casos notificados de dengue para o período da semana 07, que engloba o período de 31 de janeiro de 2021 a 20 de fevereiro de 2021. O último dado registra 233 notificações de dengue no Município. No ano passado, para se ter uma ideia, as notificações, no mesmo período de análise, chegaram a 1.412, uma queda de 83,50%. Anteriormente, o menor número de notificações havia sido registrado em 2012, com 366. Por outro lado, o maior pico neste período da semana 07 foi em 2016, quando foram registradas 3.825 notificações.

Prevenção
O secretário municipal de Saúde, Júlio César Espíndola, informa que o trabalho de prevenção à dengue em Anápolis, mesmo apesar da pandemia, não foi interrompido, devido à importância desse trabalho para a população.
“Não paramos um minuto”, frisou o secretário, destacando que as equipes estão nas ruas e, dadas as adversidades da Covid-19, o trabalho é realizado com toda segurança, através dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), com a verificação de acúmulo de lixo e também o recolhimento de pneus, dentre várias outras ações.
O secretário alertou que a dengue tem sintomas que são parecidos com os manifestados em pacientes que contraíram o coronavírus. Então, ponderou, o diagnóstico se torna muito mais complexo e, dessa forma, pode até ocorrer de um paciente com dengue ser conduzido como um paciente de Covid e vice-versa.
“Então, nesse momento é preciso que as pessoas fiquem em casa e cuidem dos seus quintais, mantenham eles limpos e, dessa forma, podemos também evitar que haja um conflito entre essas duas doenças”, recomenda o secretário.
Goiás
No Estado, o número de casos notificados de dengue caiu de 15.646 em 2020 para 6.646 este ano na semana 07, com redução de 57,52%. A redução em Anápolis, portanto, foi bem maior do que a estadual.
Anápolis, que já ficou nas primeiras colocações no ranking estadual de casos confirmados de dengue, agora, ocupa a décima posição, com 233 casos notificados, atrás de: Cidade de Goiás (233); Jataí (252); Águas Lindas de Goiás (281); Luziânia (299); Formosa (510); Goiânia (649); Cristalina (709); Aparecida de Goiânia (835); São Luiz dos Montes Belos (842).
Óbitos
Outra boa notícia é que este ano ainda não há nenhum caso confirmado de óbito por dengue e suas complicações. Há dois casos em investigação: um em Anápolis e o outro em Doverlândia.
Em 2020, foram confirmados 38 óbitos, havendo, ainda, 22 casos sob investigação. Esse número é também o menor na série histórica desde 2010. O número maior de óbitos nesta série ocorreu em 2015, com um total de 102.
Dengue X Covid-19
A título de comparação, o número de óbitos da Covid-19 e suas complicações, até o dia 24/02, foi de 8.411. Já os óbitos de dengue e suas complicações, somam, em uma década, 831. Ou seja, os óbitos de Covid-19 são 10 vezes maiores (1.012%).
Os números, por si só, reforçam o ditado citado no início da matéria: “Prevenir é melhor do que remediar”. E, no cenário atual, certamente, vale para todas as doenças.