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Crack é a droga mais procurada

de Carolina Umbelino
7 de novembro de 2009
em Geral
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Crack: a droga maldita que vem dizimando multidôes

Crack: a droga maldita que vem dizimando multidôes

A violência dos grandes centros urbanos despertou, recentemente, o interesse para outro problema grave, que está diretamente relacionado aos altos índices de assaltos, assassinatos, seqüestros, e outros procedimentos hediondos – o tráfico e o consumo de drogas. Problema de saúde pública mundial, o consumo de drogas atinge todas as classes sociais e se espalha das grandes cidades, até os pequenos municípios do interior.
Dentre os vários tipos de entorpecentes, o crack, um subproduto da cocaína, tem causado maiores estragos e preocupação. O consumo da “pedra” é maior que o da cocaína, pois ele é mais barato e seus efeitos duram menos. A droga está mais associada à prostituição, crimes violentos e gangues do que qualquer outra. Para fumá-la, o usuário a coloca em um pequeno cachimbo de vidro ou de lata, com um pedaço pequeno de palha de aço de um lado e a pedra do outro. Quando a pedra é aquecida por baixo, produz um vapor ou fumaça – que é inalado.
“O crack e os outros derivados da cocaína, são drogas estimulantes e atuam diretamente no centro do prazer”, explica a enfermeira do CAPS Viver, Juliana Macedo. Durante o período de absorção da droga, o usuário não sente sono, fome ou sede – o que acarreta prejuízos para o corpo. O uso prolongado devido à dependência traz prejuízos cerebrais – pela perda de neurônios; e cardíacos – como as arritmias. A longo prazo, todos os órgãos do corpo são, de certa forma, atingidos, pois a não ingestão dos nutrientes necessários causará danos no funcionamento dos mesmos. Além disso, o sistema respiratório fica prejudicado, já que o usuário inala fumaça e substâncias tóxicas – o que pode provocar infecções e, até, câncer.
Prejuízos
Segundo a psicóloga e coordenadora do CAPS, Aline Castro Guimarães, o crack causa prejuízos neuronais como perdas de memória e déficit de atenção. Seu uso prolongado pode levar a perdas de coordenação e função motora, além dos inúmeros prejuízos sociais. Rúbia Vaz Borges Freitas, psicóloga do CAPS, explica que existem certos comportamentos, característicos aos usuários de drogas em geral, mas principalmente, aos de crack. “A pessoa começa a se isolar; perde o interesse nela mesma – passando a não se preocupar com higiene e cuidados pessoais; fica agressiva; e perde a noção de limites – chegando a pegar objetos da família para vender, ou até mesmo a roubar, em busca de dinheiro para comprar as pedras de crack e, assim, seguir alimentando o vício”.
O CAPS Viver trabalha com a não internação, sistema em que o paciente é acolhido no ambiente da instituição, recebe orientações e participa de grupos de comunicação. Aline diz que o CAPS trabalha com ações educativas – como palestras em empresas e escolas; preventivas – para evitar recaídas, orientando o paciente sobre seus antigos hábitos; e terapêuticas. “Além disso, existem grupos de família, consultas com enfermeiros, terapia ocupacional e consultas psicológicas”, enumera. Nos grupos de comunicação, segundo Rúbia, não são feitas apenas discussões, mas, também, a partilha de vivências e trabalho de coexistência em grupo – através de temas preestabelecidos. Não há uma média de idade entre os pacientes atendidos pelo CAPS, o que preocupa bastante as psicólogas. “Já tratamos crianças de 12 anos, até pacientes idosos, com mais de 70”, diz a psicóloga.
Devastação
Para as psicólogas, a rápida disseminação do uso do crack, pode ser explicada pela ação devastadora e imediata da droga no organismo. “Vivemos em uma sociedade imediatista, que quer tudo muito rápido; o crack é a droga que melhor atende a essa necessidade”, afirma Rúbia. “Hoje, até aqueles com alto poder aquisitivo, e que antes preferiam a cocaína, aderiram ao crack”, diz Aline. “Uma pedra de crack custa em torno de dez reais – um preço bem acessível. Além disso, ela demora cerca de cinco segundos para proporcionar sensações de prazer, e essa sensação dura, aproximadamente, de dez a 15 minutos”, completa Juliana. “A cocaína, por sua vez, causa um efeito mais prolongado – cerca de 45 minutos – mas seu custo não torna essa diferença vantajosa”. Entretanto, depois da sensação de prazer e euforia, vem sempre a depressão. “O usuário se sente culpado, arrependido e com medo”, explica Aline.
Apesar de o crack gerar efeitos com maior rapidez e ser mais barato, a quantidade de substancias químicas misturadas a ele ajuda a causar uma destruição maior e mais rápida no organismo. “Em ordem de força de destruição, temos cocaína, crack e merla – pois quanto mais substancias químicas são adicionadas à coca, maiores serão os danos”, afirma Juliana.
O CAPS é um órgão da Secretaria Municipal de Saúde, e atende, por dia, a cerca de 30 pacientes, às vezes mais. O período de tratamento e manutenção desses pacientes varia de acordo com as necessidades de cada um. “Temos alguns que estão conosco há anos. Eles vêm para tratamento, depois para manutenção, às vezes, infelizmente, têm recaídas. Mas temos outros cujo processo de adaptação foi rápido”, diz Aline. Segundo Rúbia, o índice de recaídas é maior entre os pacientes dependentes de álcool. “O álcool e o cigarro ainda são drogas aceitas pela sociedade, o que dificulta o trabalho”.

Consequências do uso do crack
Intoxicação pelo metal: O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira o alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos.
Fome e sono: o organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência.
Pulmões: a fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito.
Coração: a liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva ao aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer.
Ossos e músculos: o uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise.
Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos.
Doenças psiquiátricas: em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, com psicoses, paranóia, alucinações e delírios.
O desejo sexual diminui: Os homens têm dificuldade para conseguir ereção. Há pesquisas que associam o uso do crack à maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis.
Morte: Pacientes podem morrer de doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e relacionadas ao enfraquecimento do organismo (tuberculose).

Filhos do crack – mito ou realidade?
Em meados dos anos 80, quando o crack ainda era um problema de saúde pública crescente, um outro problema relacionado surgiu: os chamados “filhos do crack”. Em 1985, a Dra. Isa Chasnoff escreveu um artigo no New England Journal of Medicine (site em inglês) afirmando que os bebês expostos ao crack, quando estavam no útero, desenvolviam deficiências cognitivas permanentes. Logo, imagens dos “filhos do crack” estavam em todos os meios de comunicação. Eles se tornaram agentes simbólicos da luta contra as drogas.
Desde então, muitos pesquisadores têm contestado a ideia dos filhos do crack. Um estudo realizado em 2004 pela Society for Research in Child Development (site em inglês) descobriu que a exposição à cocaína no período pré-natal não tinha afetado o desenvolvimento de uma criança com dois anos e sugeria que os efeitos nocivos descobertos previamente em bebês expostos à cocaína podem ter tido mais relação com cuidados pós-parto do que com a exposição à droga no útero.
Mas, apesar das descobertas recentes, os médicos concordam que o consumo de crack durante a gravidez é extremamente prejudicial. Bebês que são expostos ao crack, ainda no útero, geralmente nascem prematuros e são menores que os outros. A exposição ao crack também pode contribuir para os atrasos no desenvolvimento cognitivo.

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