Inaugurado em nove de novembro de 1976, o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) foi (e ainda é) a principal engrenagem do processo de industrialização do Estado de Goiás. Atualmente com 125 empresas instaladas e gerando em torno de 11 mil empregos diretos, o Daia é considerado um dos pólos industriais de melhor infra-estrutura do interior brasileiro.
Até meados da década de 80, o processo de ocupação do Daia foi lento, por que, à época, não havia uma política governamental para atrair as empresas com os seus respectivos investimentos. Essa realidade começou a mudar a partir de 1985, quando foi instituído o Programa Fomentar que, na década de 90, para se ajustar à nova realidade econômica de Goiás e do País, foi transformado no programa denominado Produzir. Goiás conta hoje 33 distritos industriais localizados em 30 municípios, nos quais estão abrigadas 400 empresas, segundo dados da Goiásindustrial, empresa do governo responsável em administrar os distritos, sendo o Daia o principal deles.
Segundo balanço feito pelo Governo do Estado, somente na gestão de Alcides Rodrigues, o fomento à economia anapolina através dos programas de incentivos fiscais, bateu à casa de R$ 11 bilhões. Outra grande contribuição de Anápolis é para com a balança comercial. Com a implantação da Estação Aduaneira de Interior – Eadi (Porto Seco), em 1999, Goiás passou a contribuir mais efetivamente com a balança comercial brasileira. Segundo dados da Secretaria de Planejamento, em 2000, as exportações goianas somavam apenas US$ 544 milhões. Em 2008, chegaram ao volume de US$ 4 bilhões. As importações saltaram de US$ 374 milhões para US$ 3 bilhões. O estado saiu da 13ª. para a 11ª. posição no ranking das exportações entre as unidades da federação e da 14ª. para a 12ª. posição em relação às importações. Isso, em apenas oito anos, o que é considerado um período muito curto em se tratando de industrialização.
O Distrito Agroindustrial de Anápolis abriga o segundo maior pólo de produção de medicamentos do Brasil e, há dois anos, recebeu a primeira montadora de veículos do grupo Caoa/Hyundai, que começou com a linha de produção dos utilitários HR e, no próximo ano, vai iniciar uma linha de montagem para o Tucson nacional.
Problemas
A história do Daia, entretanto, é marcada por problemas e desafios. Ao longo dos anos, muitas empresas que ganharam terrenos para implantarem seus investimentos, aproveitando-se de vazios na legislação, não construíram suas plantas produtivas e as áreas acabaram servindo à especulação imobiliária. Atualmente, a Secretaria de Indústria e Comércio, juntamente com a Procuradoria Geral do Estado, vem trabalhando no intuito de fazer a retomada das áreas que estão nas mãos dos especuladores. O que, aliás, não é uma tarefa fácil. Outro desafio é garantir a expansão industrial, que virá futuramente com a implantação da Ferrovia Norte-Sul, da Plataforma Logística Multimodal e o entreposto da Zona Franca de Manaus.
Novo Daia já em estudo
O secretário estadual de Indústria e Comércio, Luiz Medeiros Pinto, em entrevista ao CONTEXTO, revelou que o Estado já adquiriu duas áreas e mais uma está em estudo, para garantir as demandas. Entretanto, adiantou que está em estudo uma proposta de implantação de um novo distrito industrial. “Estamos estudando as áreas possíveis e, inicialmente, a nossa intenção seria por uma área que seja possível estabelecer uma conexão com o Daia”, observou, acrescentando que a expansão no próprio Daia é difícil, por causa da delimitação com outros municípios.
O secretário também garante que as obras para a revitalização da malha asfáltica, assim como a construção de duas vias para facilitar o acesso e a saída ao distrito, estão devidamente autorizadas e com os recursos garantidos. “A empresa responsável pelos serviços está aguardando que as chuvas dêem uma trégua para que possamos recomeçar”, informou, acrescentando que somente com estas obras, o investimento é de R$ 5 milhões.
Questionado a respeito se a infra-estrutura dos sistemas de água e esgoto estariam atendendo a contento, o secretário revelou que, em relação à água, não há problema e que, inclusive, está garantido o abastecimento para alguns bairros da cidade. Já em relação ao esgoto, o secretário destacou que o sistema está atendendo bem à demanda, mas já está em fase de estudo um projeto para ampliar a Estação de Tratamento, “para que não tenhamos nenhum problema futuramente”, frisou.
Luiz Medeiros adianta ainda que até o final do ano, pelo menos seis novas plantas industriais vão começar a ser construídas. “Vamos anunciar apenas quando as obras se iniciarem, e duas delas devem ocorrer ainda no final deste ano”, antecipou. O secretário disse que o governador Alcides Rodrigues reconhece o Daia como “a menina dos olhos” da industrialização do Estado de Goiás. “E nós temos que trabalhar para que ele continue sendo a porta de entrada para investimentos industriais no estado”, sublinhou.
Além de atrair novos investimentos, destacou o secretário, o governo também tem lançado mão de artifícios como a possibilidade de as empresas abrigadas no Produzir pudessem ampliar o prazo do benefício fiscal até 2020, tendo como contrapartida fazer investimentos de 15% em ampliações. “Com isso, nós temos visto que as empresas estão se movimentando e há um número muito grande delas que estão aumentando seus espaços físicos e as suas capacidades instaladas”, comemorou.
Estrutura do Daia
Área: 949,75 hectares
125 indústrias
Pólo Farmacêutico
Estação Aduaneira de Interior – Eadi (Porto Seco)
Registro em cartório
Pavimentação asfáltica com drenagem
Plano de gestão Ambiental
Sistema de tratamento de água
Sistema de tratamento de esgoto
Rede de energia elétrica
Rede telefônica
Urbanização
Sede Administrativa
Posto de correio
Posto bancário
Agenfa
Ciclovia