Terceiro maior colégio eleitoral do Estado (já foi o segundo), Anápolis tem perdido, ano a ano, o protagonismo político que ostentou durante décadas. A história mostra a força que o município exercia em decisões de grande alcance, mesmo sendo, por muitos anos, uma cidade com vertente oposicionista.
O maior exemplo remonta ao bipartidarismo (MDB e ARENA), que abrigava, no município, a chamada “trincheira democrática”. Em suas fileiras, figuravam nomes como os irmãos Santillo (Henrique, Adhemar e Romualdo), os deputados Aldo Arantes, Fernando Cunha Júnior, Anapolino de Faria e Haroldo Duarte, além dos estaduais Ronaldo Jaime, Frederico Jaime, Milton Alves, dentre outros.
Mesmo nos governos intervencionistas (quando prefeitos eram nomeados pela União, pois o município constava como área de interesse da Segurança Nacional), havia uma Câmara Municipal bastante ativa, na intransigente defesa de Anápolis.
Não se trata de uma questão ideológica. Busca-se, aqui, rememorar o quanto Anápolis foi mais importante do ponto de vista sociopolítico, uma vez que, conforme registra a história, os benefícios, tanto do Executivo Nacional quanto do Governo do Estado, chegavam com mais facilidade, pelo respeito que Anápolis impunha.
As obras de grande porte vieram; entre elas, o DAIA, a Base Aérea, os feirões cobertos, asfalto em centenas de bairros, duplicação da BR-060, pavimentação da BR-414, instalação da Receita Federal, da Polícia Federal, do Porto Seco e incontáveis outros projetos que tiveram as digitais das lideranças políticas da época.
Foi uma fase áurea, de grandes conquistas e realizações. Anápolis cresceu muito acima da média entre os anos 70 e o início dos anos 2000. De lá para cá, há um crescimento vegetativo quase imperceptível. As grandes obras não vieram mais. Anápolis tem visto outras comunidades evoluírem econômica e politicamente. Cidades bem menores e menos ricas tornaram-se protagonistas e ocupam, hoje, o lugar que sempre pertenceu a Anápolis.
É lamentável lembrar que, nas últimas eleições majoritárias (Presidente, Governador e Senador), praticamente nenhum nome de liderança política de Anápolis tenha sido lembrado, nem mesmo para as discussões primárias. Quando muito, oferecem-se aos políticos de Anápolis inexpressivos cargos, como a segunda suplência senatorial. Anápolis, para os comandos políticos regionais, simplesmente não existe.
As pessoas consideradas lideranças políticas anapolinas, em grande parte, têm se contentado com cargos de terceiro ou quarto escalão, em vez de se imporem como representantes de uma cidade tão importante quanto Anápolis. Alguém se lembraria de quando foi a última vez que um anapolino ocupou uma secretaria de estado?
Junte-se aos grupos de WhatsApp do Portal CONTEXTO e fique por dentro das principais notícias de Anápolis e região. Clique aqui.