Ferramentas de IA podem transformar fotos em pornografia falsa sem consentimento
Deepnudes são imagens ou vídeos manipulados por inteligência artificial (IA) que simulam nudez ou conteúdo sexual de uma pessoa sem o seu consentimento, usando fotos reais como base. A tecnologia funciona por meio de algoritmos deepfake, capazes de analisar rostos e roupas em uma foto e, em seguida, gerar imagens falsas que parecem realistas. Esse tipo de manipulação ultrapassa a simples edição e pode criar cenas explícitas que a pessoa nunca viveu.
Perigos reais
Além da violação de privacidade, deepnudes e outras formas de pornografia falsa criadas por IA representam um sério risco de extorsão e chantagem. Em casos relatados em outros países, criminosos usam fotos encontradas nas redes sociais para gerar conteúdo íntimo falso e depois ameaçam divulgar essas imagens para obter dinheiro ou favores, levando a vítimas a sofrerem estresse e medo de exposição pública.
Esses riscos não se restringem a adultos: deepfakes sexualizados envolveram inclusive menores em contextos internacionais, levando agências como o FBI a classificar material gerado por IA com imagens de crianças sexualizadas como ilegal, com potencial para graves consequências penais e sociais.
Crescimento no Brasil
No Brasil, o fenômeno está ganhando atenção legislativa. Em 2025, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que inclui no Código Penal o crime de manipular, produzir ou divulgar deepnudes gerados por IA, com penas previstas de 2 a 6 anos de prisão e multa, além de agravantes se a vítima for mulher ou o conteúdo for disseminado em massa nas redes sociais.
Especialistas em segurança digital também alertam que deepfakes pornográficos — a maioria dos casos — têm se tornado uma poderosa ferramenta de assédio e humilhação, muitas vezes voltada contra mulheres, com conteúdos altamente realistas que podem arruinar reputações e causar danos psicológicos profundos.
Como se proteger
Autoridades recomendam medidas simples que ajudam a reduzir a exposição ao risco: limitar a quantidade de fotos pessoais compartilhadas publicamente nas redes sociais, ativar configurações de privacidade, evitar postar imagens íntimas e denunciar imediatamente qualquer conteúdo falso ou ameaçador às plataformas e, se necessário, às autoridades policiais.
Especialistas também defendem maior literacia digital na sociedade — tanto para crianças quanto para adultos — para aprender a identificar deepfakes e entender o potencial de dano dessas tecnologias quando são usadas de forma maliciosa.
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