Wanderson, que confessou ter matado a namorada, a enteada e um idoso em Corumbá de Goiás, estava preso e foi encontrado morto. Justificativa é de que tenha cometido suicídio
A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) encaminhou ofício à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás (DGAP) para que o Estado informe, em 48h, detalhes sobre a morte do custodiado Wanderson Mota Protácio.
O pedido foi feito na terça-feira (18), mesmo dia do óbito do homem que confessou matar a namorada, a enteada e um idoso em Corumbá de Goiás. Ele estava detido no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
O documento tem assinatura assinado do coordenador do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), o defensor público Marco Túlio Félix Rosa. Nele, a DPE-GO pede ao diretor-geral de Administração Penitenciária do Estado de Goiás, Josimar Pires Nicolau do Nascimento, que detalhe as circunstâncias em que a morte ocorreu.
“As informações são necessárias para que a Defensoria possa tomar as medidas pertinentes caso tenha havido uma possível violação dos Direitos Humanos no fato”, ressalta. A DPE-GO informa que só soube da morte após notícias na imprensa.
Também no ofício, a defensoria questiona se havia algum registro de filmagem perto do local do fato, o nome dos servidores que encontraram o corpo, o número do registro da ocorrência, além doo processo administrativo instaurado para apurar as responsabilidades do caso.
Ainda na terça, a DGAP informou que Wanderson estava sozinho em uma cela. O corpo dele foi encontrado por servidores do Núcleo de Custódia durante o procedimento de entrega do desjejum. O Instituto Médico Legal foi até o local para a retirada do corpo. O caso foi informado à Polícia Civil.
DGAP
Através de nota, a DGAP confirmou o recebimento do ofício. Nela consta que a pasta ainda está no prazo para responder à DPE-GO.
“Na manhã de terça-feira, 18/01, durante o procedimento de entrega do desjejum, os servidores do Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, encontraram Wanderson Mota Protacio desacordado dentro da respectiva cela.
O preso, que cumpria pena por homicídio, estava sozinho na cela e foi encontrado pendurado com um lençol no pescoço. Todos os procedimentos foram tomados em relação a morte do custodiado.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e atestou o óbito. A Polícia Técnico Científica e o Instituto Médico Legal da região também foram no local. O ocorrido ainda foi repassado à Polícia Civil para as investigações pertinentes.
Após todas as comunicações, foi aberto um procedimento administrativo interno para apuração do fato no âmbito administrativo. A Unidade Prisional Especial Núcleo de Custódia possui câmeras de monitoramento nos corredores que dão acesso às celas.
Os servidores penitenciários que estavam de plantão no dia que foi constatada a morte do referido preso já começaram a ser ouvidos pelas autoridades que investigam o caso e pela Ouvidoria da DGAP.
O custodiado passou pela triagem de saúde no dia 06 de dezembro, quando chegou na unidade prisional, como determina o Procedimento Operacional Padrão (POP) e não foi constatado nenhum problema de saúde.
Segundo o prontuário médico, ele estava consciente, orientado e contactuante; negou o uso de medicamentos psicotrópicos e comorbidades; e não fez nenhuma queixa sobre demandas psicológicas e psiquiátricas. No dia 03 de janeiro, foi realizado novo atendimento de rotina e o preso mais uma vez não registrou nenhuma queixa ou demanda psiquiátrica.”