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É sabido que, sem energia elétrica, dificilmente uma nação se sobressai, tendo em visa a dependência, quase que total, das economias globalizadas, dessa fonte indispensável para a evolução socioeconômica como um todo. Daí, o despertamento, até que enfim, das autoridades, materializado pela disposição demonstrada, mesmo que através da Medida Provisória, das Energias Renováveis e de Redução de Impactos Tarifários, anunciada esta semana.
Estados interioranos, como é o caso de Goiás, que têm propostas de evolução produtiva, tipo agroindústrias, projetos do segmento extrativo e, assemelhados, dependem, muito, da força elétrica para a consumação de seus objetivos. Municípios que têm despontado como importantes polos de desenvolvimento industrial, caso de Anápolis, não sobreviveriam, economicamente falando, sem uma boa oferta de energia elétrica, seja ela de que fonte, ou, de que origem for. Anápolis tem uma proposta industrial crescente, mas, que, depende, como nunca, da oferta de energia e, energia de boa qualidade. O parque industrial do Município é de dimensões e importância invejáveis em nível nacional.
Nosso Distrito Agro Industrial e os complexos similares espalhados ao longo de todo o território municipal carecem dessa fonte energética. E, é para ontem. Os governos sabem disso. É dos projetos econômicos que surgem os recursos em forma de tributos, para a alimentação dos cofres municipais, estaduais e federais. Sem dinheiro (principalmente o advindo dos impostos) governo nenhum consegue a sobrevivência. Isto sem se falar na demanda doméstica. Em grande parte dos municípios brasileiros, energia elétrica de boa qualidade ainda é artigo de luxo. Assim sendo, tanto para o setor produtivo, quanto para o consumo doméstico, temos total dependência de energia.
A medida provisória publicada esta semana, em tese, permite a adequação de prazos de projetos concretos relacionados à geração de energia limpa e renovável ao cronograma de implantação das linhas de transmissão leiloadas pelo governo, com vistas ao escoamento para o centro de cargas. Com isso, ela viabiliza projetos capazes de criar cerca de 400 mil empregos e de gerar, até, 165 bilhões de reais em investimentos privados. Segundo o que foi dito, os empreendimentos de energia renováveis poderão acrescentar, até, 34 gigawatts de potência ao Sistema Interligado Nacional, de acordo com estimativas do Ministério de Minas e Energia. E, a demanda futura de energia será contemplada com as novas usinas. O prazo para entrada em operação comercial com benefícios é março de 2029. Usinas com previsão de início de construção em até 18 meses serão responsáveis por gerar cerca de 400 mil postos de trabalho.
No papel está muito bom e muito bonito. Aguarda-se, entretanto, a colocação de tudo isso, ou parte disso, em prática, com resultados concretos e visíveis. Isto, porque, escaldado que anda de promessas vãs ao longo de décadas, o empresariado fica meio que descrente dessas propostas. Muito mais ainda a população, massa trabalhadora que precisa da energia, tanto em seu ambiente de trabalho, quanto em seu lar.