Há alguns anos, publiquei o livro “Como enfrentar o sofrimento”, com artigos de pastores com ministérios frutíferos e abençoados discorrendo sobre esse tema tão importante na vida humana. Nenhum homem ou mulher está imune à dor, pois até mesmo Jesus, o filho de Deus, padeceu. Por isso, a realidade que precisamos encarar é que, invariavelmente, todos sofremos por diferentes motivos e com intensidade diversas. E isso independe da nossa fé, fidelidade e intimidade com Cristo.
Se não podemos evitar os “dias maus”, o que nos resta? Podemos agir para torná-los menos dolorosos. Stanley Jones, em seu livro “O Caminho”, menciona um provérbio chinês que diz: “Quando a vida nos lança um punhal, há duas maneiras de segurá-lo: pelo cabo ou pela lâmina. Pela lâmina, ele nos fere, mas se o segurarmos pelo cabo, pode transformar-se num instrumento de defesa”. Se levarmos ao pé da letra, essa afirmação pode parecer uma metáfora pouco útil; no entanto, ela nos traz um ensinamento claro: depende de nós escolhermos a forma como lidamos com a dor.
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Atitudes negativas como revolta e autocomiseração acabam por tornar a situação ainda mais difícil; o autoisolamento afasta aqueles que se preocupam e tentam aliviar a tensão; sucumbir ao desânimo impede de iniciar uma nova fase; parecer inabalável requer uma energia que não se pode desperdiçar. Enfim, se está sofrendo dê-se o direito de sofrer, sem culpa, vergonha ou preconceito; desabafe com alguém de confiança; chore quando tiver vontade; e ore, ore muito, pedindo ao Senhor que te sustente. Jesus nos alertou que neste mundo arruinado pelo pecado, teríamos aflições, mas confiando nele, venceríamos como Ele venceu. “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33).
Ele nos dá graça tanto para viver nos dias fáceis e alegres, quanto nos dias difíceis e tristes. E é essa confiança, de quem não busca apenas as bênçãos de Deus, que nos dará a força necessária para continuarmos a caminhada. Quanto mais fortalecemos a nossa fé, mais próximos estamos daquele que tem as nossas vidas em Suas mãos e, quanto mais perto, mais nos sentimos amparados e cuidados pelo Criador.
Por minha experiência pessoal, posso garantir que, sem o amparo divino, eu não teria atravessado os desertos em que já estive. Simplesmente porque Jesus é quem nos dá a esperança de um novo amanhecer. O apóstolo Paulo, que foi “um especialista da dor”, disse: “E não somente isto, mas também nos gloriemos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança esperança” (Rm 5:3,4). Deus é a nossa esperança. Nele repousa a nossa vontade de viver enquanto Ele não nos levar para junto de Si. Somente a esperança viva no Deus forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz é capaz de firmar nossos passos e manter-nos de pé.
Seja qual for o motivo – perda de um ente querido, enfermidade, problemas emocionais, dificuldades financeiras – não desvie seu olhar e seus pensamentos do Senhor. Parafraseando o poeta amazonense Thiago de Mello: “faz escuro ainda no chão, mas é preciso plantar. A noite já foi mais noite, a manhã já vai chegar”. Acredite, confie, ore e lute porque “o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30:5b).