Em ano de eleição, as conversas se intensificam. É o que está ocorrendo, por exemplo, no PL, no PP e no PSD que buscam no diálogo o consenso sobre chapa majoritária para disputar a Prefeitura de Anápolis. E, muito se fala em polarização de esquerda e direita. Nas últimas eleições teve um grande contingente de eleitores que ficou naquela: nem um lado, nem outro. E, a grande expectativa é a janela para a troca de partidos.
Liberais a postos
O ruralista Randerson Aguiar comentou sobre a possibilidade de uma possível filiação do emedebista Márcio Corrêa para ser candidato da legenda à sucessão municipal. Enquanto secretário do Partido Liberal em Anápolis, ele disse não ter sido consultado ou tido nenhuma conversa a respeito.
E disse que pode até vir alguma definição de cima para baixo, mas, na sua avaliação, essa definição “não leva a base”. Randerson Aguiar coloca seu nome como pré-candidato à Prefeitura.
Além dele, também já se manifestaram como pré-candidato o vereador Hélio Araújo, que é suplente do senador Wilder Morais e presidente local do PL. Soma-se a esses três, ainda, o ex-deputado Major Vitor Hugo.
De forma que já se tem muitos liberais a postos para uma eventual candidatura. O que é um complicador para Márcio Corrêa.
Carta branca
O vereador Leandro Ribeiro (PP) retomou as suas atividades na Câmara Municipal, após passar uma temporada fazendo parte da equipe do governo de Ronaldo Caiado. Leandro reafirma e confirma seu nome como pré-candidato do partido com carta branca do presidente regional, Alexandre Baldy, inclusive, para tratar sobre eventuais composições como outras legendas.
Ele é o atual presidente do Progressistas em Anápolis, mas já ofereceu a posição para o presidente da Câmara, vereador Domingos Paula (PV), que está avaliando a possibilidade de trica de partido.
Dominguinhos, porém, só assumiria o PP no caso de o partido firmar um diretório municipal. Na forma atual, de Comissão Provisória, ele não estaria muito disposto a deixar o PV, onde está com o seu grupo político.
Nem, nem I
Até que ponto a polarização das eleições para Presidente, como ocorreu no pleito passado, em 2022, pode ocorrer e influenciar nas eleições desse ano, sobretudo, para Prefeito?
O processo eleitoral passado evidenciou de forma bem clara essa polarização Esquerda X Direita, ou vice-versa. E isso deu protagonismo a Lula (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorreu à eleição.
O resultado do 2º turno deu vitória a Lula com 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) e 58.206.354 votos (49,10%). Ou seja, diferença de 2.139.645 votos (1,8%).
Nem, nem II
Foi uma disputa acirrada entre os dois concorrentes das duas matrizes ideológicas. Mas, a eleição teve abstenção de 32.200.558 (20,58%), número significativo, além dos votos brancos (1.769.678- 1,13%) e nulos (3.930.765- 2,51%).
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Assim, para onde iria esse contingente eleitoral que não foi nem Lula e nem Bolsonaro, nem esquerda e nem direita, nas eleições municipais desse ano?
Ainda, há de se considerar que a pauta de uma eleição presidencial é bem diferente de uma eleição de prefeito. Mas, a polarização deve ocorrer. Resta se saber, em que grau para influenciar o voto nesta eleição específica.
Abre, janela!
Muitos políticos que vão concorrer nas eleições municipais desse ano, não vêm a hora de a janela partidária se abrir. Não só aqueles que são detentores de mandatos, como os atuais vereadores, que poderão trocar de partido sem correr risco de terem a perda do cargo, mas também os demais, já que essa acomodação será fundamental para a definição de chapas.
Neste momento, as pedras do tabuleiro político estão colocadas, mas de forma ainda desarranjada. Com a janela, elas começam a ser colocadas.
Nas convenções, elas serão confirmadas para o início do jogo político-eleitoral.
A troca de legenda na janela poderá acontecer no período de 7 de março a 5 de abril próximo. Assim, tem muita coisa para acontecer entre a sua abertura e o fechamento.
PSD: concorrência
O presidente estadual do PSD, senador Vanderlan Cardoso, fez o convite e o ex-prefeito João Gomes aceitou filiar-se à legenda.
Até aí nada anormal, não fosse a declaração dada por ele sobre uma possível aproximação com Antônio Gomide, do PT. João foi vice de Antônio Gomide nas duas eleições que o petista venceu em Anápolis e, inclusive, assumiu boa parte do último mandato, com a desistência de Gomide para ser candidato ao Governo de Goiás.
Ocorre que o PSD, hoje, já tem os nomes do suplente de senador Jader Melo e do vice-prefeito Márcio Cândido como pré-candidatos e o partido pretende estar na disputa da eleição majoritária. O próprio João Gomes filiou-se com essa possibilidade de, também, ser pré-candidato.
Boa criação
O plenário do Senado aprovou, recentemente, um projeto de lei que determina ao poder público incentivar a chamada parentalidade positiva como forma de prevenir a violência contra as crianças. O PL 2.861/2023, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), foi encaminhado à sanção presidencial.
O projeto define parentalidade positiva como o processo de criação dos filhos baseado no respeito, no acolhimento e na não violência. O texto confere ao Estado, à família e à sociedade o dever de promover o apoio emocional, a supervisão e a educação não violenta às crianças de até 12 anos de idade.
De acordo com o texto, o Estado, a família e a sociedade devem garantir o direito de brincar das crianças e promover ações de proteção da vida delas, de apoio emocional e de estímulo a sua autonomia e ao pleno desenvolvimento de suas capacidades neurológicas e cognitivas.
- Leandro Ribeiro (PP) voltou à Câmara, assim, seu suplente, Américo (do mesmo partido), deixou a cadeira. Tem mais dois suplentes que devem também deixar a cadeira: João Feitosa, quando retornar Alex Martins, na representação do PP e Eli Rosa, quando retornar Wederson Lopes, na representação do PSC.
- Fique de olho! A data-limite para estar filiado a um partido político a tempo de concorrer nas Eleições Municipais de 2024 é 6 de abril, ou seja, seis meses antes da votação.
- E mais…6 de abril é também o prazo final para os futuros candidatos estarem com o domicílio eleitoral estabelecido na circunscrição onde pretendem concorrer.
- Na semana que vem, as atividades da Câmara Municipal retornarão com as sessões plenárias. Serão seis para finalizar o calendário do mês de fevereiro.
- Que coisa! No Brasil (em Anápolis não é diferente), acha-se um jeito de se politizar tudo. A bola da vez é a vacina da dengue. Não é que o debate não seja importante. O que não pode é partidarizar uma questão tão importante quanto a saúde.
