Dados levantados pelo CONTEXTO no painel da dengue da SES-GO, revelam de 835 goianos perderam a vida em decorrência da dengue e suas complicações
De 2014 a 2023, ou seja, em um período de 10 anos, mais de 800 pessoas- mais exatamente 835- perderam a vida em Goiás, em decorrência da dengue e suas complicações.
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Os dados foram levantados pelo CONTEXTO junto ao Painel da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Não são considerados os óbitos desse ano que somam, até o momento, 9 em todo o estado (até Semana 8).
Embora sejam números, por trás dessa estatística estão centenas de famílias que perderam um ente querido, um amigo, um colega de trabalho para a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Hoje considerado como inimigo público número 1 da saúde pública, o Aedes aegypti também transmite outras doenças como zika e Chikungunya.
Em Anápolis, o painel registra que no mesmo período, ou seja, nos últimos 10 anos, foram registrados 36 óbitos, sendo que 11 deles ocorreram em 2022.
Foi, também, em 2022, que Goiás teve o maior registro de mortes por dengue e suas complicações nos registros oficiais da SES-GO. Naquele ano, foram 192 óbitos. Até, então, o recorde havia sido apurado no ano de 2015, quando foram contabilizados oficialmente 104 óbitos.
Panorama
Conforme os dados do painel para a Semana 8, Goiás tem 56.627 casos notificados de dengue. No ano passado, no mesmo período, eram 23.920 casos. Assim, portanto, um incremento de +136,73%.
Os casos confirmados esse ano somam 23.130, contra 13.727 no ano passado, registrando-se assim, um acréscimo de 68,50% no comparativo da Semana 8 (2024-2023).
Os 10 municípios com maior número de casos notificados de dengue, no momento, são: Goiânia (5.676); Anápolis (5.366); Jataí (3.477); Aparecida de Goiânia (3.305); Águas Lindas de Goiás (2.578); Luziânia (2.396); Novo Gama (2.394); Valparaíso de Goiás (1.693); Rio Verde (1.587) e Padre Bernardo (1.189).
Em relação aos óbitos até a Semana 8, são contabilizados 9 registros oficiais, havendo ainda 66 casos que estão sob investigação epidemiológica.
As cidades com óbitos nos registros oficiais, são: Uruaçu, com 3 e Águas Lindas de Goiás, Anápolis, Luziânia, Goiânia, Iporá e Cristalina com 1 óbito cada.
Em Anápolis, o primeiro registro é de um homem de 58 anos de idade. Há, ainda, nove casos que estão em investigação pelas autoridades de saúde.
Resultado
Os dados da SES-GO sinalizam que as ações implementadas em Anápolis para o enfrentamento da dengue já começam a aparecer nos números do Painel da Dengue. Na semana 7, o total de casos notificados era de 5.362 e agora, na semana 8, foi de 5.366. Apesar do aumento, ele foi muito pequeno. A expectativa é que esse número possa baixar a partir dos próximos levantamentos.
Para isso, entretanto, é necessário que a população continue com as medidas preventivas que já são bem conhecidas: eliminar os locais que possam acumular água nos quintais e dentro das residências, pois são estes ambientes que o Aedes aegypti se prolifera.
Semanalmente, equipes das secretarias da Prefeitura de Anápolis estão fazendo uma espécie de “arrastão” de conscientização em diferentes pontos da cidade. Ao mesmo tempo, outras equipes fazem os serviços de roçagem e retirada dos descartes que podem servir de criadouro para o mosquito.
O trabalho, inclusive, é feito em lotes particulares. O serviço é cobrado depois do proprietário, que fica sujeito também ao pagamento de multa. Tudo isso está previsto em lei municipal.
Óbitos por dengue em Goiás
2014- 93
2015- 104
2016- 70
2017- 59
2018- 83
2019- 100
2020- 47
2021- 45
2022- 192
2023- 42
Óbitos por dengue em Anápolis
2014- 3
2015- 3
2016- 7
2017- 1
2018- 1
2019- 6
2020- 1
2021- 3
2022- 11
2023- 0