Todo ano, o valor do salário mínimo é reajustado no Brasil. O intuito é para evitar que as famílias brasileiras percam poder de compra. Para 2022, a previsão é de que o reajuste seja o maior desde 2016, seis anos atrás. Caso a inflação atinja 7%, o salário passará de R$ 1.100 para R$ 1.177.
Com impacto das elevações nos preços dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos, as estimativas começaram a ultrapassar os 7%, quase dois pontos porcentuais acima do teto da meta do Banco Central. Se isso se confirmar, o país registrará neste ano a maior inflação desde 2015, quando foi de 10,67%.
Em julho, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo Congresso previa o próximo salário mínimo em R$ 1.147, um reajuste de 4,3%. Agora, o governo federal deve enviar um Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) com a estimativa da alta.
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Desde 2020, o salário passou a ser corrigido apenas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INCP), não oferecendo ganho real aos brasileiros. Dessa forma, o reajuste servirá somente para cobrir a desvalorização da moeda no ano anterior.
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo dos trabalhadores brasileiros deveria figurar na casa dos R$ 5.421,84, segundo pesquisa com cesta básica de alimentos de junho de 2021.
Confira os últimos reajustes do salário mínimo:
- 2021: R$ 1.100,00 (5,2%);
- 2020: R$ 1.045,00 (4,7%);
- 2019: R$ 998,00 (4,6%);
- 2018: R$ 954,00 (1,8%);
- 2017: R$ 937,00 (6,48%);
- 2016: R$ 880,00 (11,6%);
“A correção é para manter a mesma posição, manter o equilíbrio da cesta de consumo. Só que a cesta de consumo não sobe igual, existem itens dentro da cesta que pesam mais e outros menos. A depender de onde a pessoa esteja, ela pode não ter o poder aquisitivo recuperado”, explicou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).