A projeção está num levantamento recente publicado pelo Instituto Mauro Borges, com várias fontes de dados oficiais
O número de idosos em Anápolis deve saltar de 51.484 em 2020, para cerca de 74.758 daqui dez anos, conforme aponta estudo recente divulgado pelo Instituto Mauro Borges (IMB), a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras fontes de dados oficiais.
Em termos percentuais, o acréscimo na população idosa será de 44,92%. E, conforme demonstra o estudo, essa é uma tendência para o Estado de Goiás e também para o Brasil.
O raio-x trazido no estudo “População Idosa em Goiás-2020”, publicado pelo IMB, destaca que, segundo a projeção demográfica do IBGE, a população brasileira era de 195 milhões em 2010, passando a 212 milhões em 2020 e com expectativa de 232 e 228 milhões para os anos de 2040 e 2060, respectivamente.
De 2010 para 2060, conforme o levantamento, serão aproximadamente 33 milhões a mais de brasileiros e a população de 0 a 14 anos apresentará um decréscimo de 14,52 milhões no mesmo período. A partir de 2032, a população de 60 anos ou mais será superior a população de 0 a 14 anos.
Goiás
Segundo a projeção demográfica do IBGE, em 2010 havia 6.111.792 pessoas no estado de Goiás. Em 2020 eram 7.116.143 pessoas. As estimativas oficiais indicam que a população será de 8.545.629 e 9.189.311 pessoas nos anos de 2040 e 2060.
A população de 0 a 14 anos decairá em 70.703 mil de 2010 para 2060. E, a partir de 2036, assim como revela a tendência para o Brasil, a população goiana de 60 anos ou mais será superior à população de 0 a 14 anos.
Anapolina vence o líder, embola tabela e mantém sonho do acesso vivo
O estudo mostra que, em 2019, a população de Goiás era de cerca de 7,02 milhões de pessoas. O número total de domicílios era de 2.48 milhões. O percentual de idosos era de 14,06% e o percentual de domicílios com idosos, de 25,76%. Ou seja, um em cada quatro domicílios tinha uma pessoa idosa.
“Do ponto de visto demográfico, o declínio de fecundidade combinado com a redução da mortalidade, acarretou um processo de envelhecimento da população brasileira, que foi significativamente mais veloz do que ocorreu nas sociedades mais desenvolvidas, no século passado”, pontua o estudo.
Segundo análise do IMB, “o envelhecimento da população interfere na força de trabalho e dinâmica socioeconômica sendo necessário majorar tais efeitos levando em consideração a estrutura etária da população. Ainda, como esse processo está ocorrendo de maneira mais rápida que nos países desenvolvidos as repercussões sociais são mais acentuadas, trazem mais desafios”.
Daí, portanto, a importância de conhecer os números, para que os mesmos possam subsidiar políticas públicas de atenção à pessoa idosa. O Instituto observa, na sua avaliação, que o conhecimento sobre a população idosa foi importante para a implementação dos planos de vacinação contra a Covid-19, por exemplo.
Em termos absolutos, os cinco municípios goianos com maior número de idosos, em 2020, são: Goiânia (199.483); Aparecida de Goiânia (52.988); Anápolis (51.584); Rio Verde (23.521) e Luziânia (18.221).
Essas posições devem se manter segundo as projeções para 2030, com todos apresentando acréscimos significativos da população idosa, sendo: Goiânia (285.900, aumento de 43,32%); Aparecida de Goiânia (92.524, aumento de 74,61%); Anápolis (74.758, aumento de 44,92%); Rio Verde (39.420, aumento de 65,59%) e Luziânia (29.909, aumento de 64,14%).
Em 2020, os municípios com maior concentração de pessoas com 60 anos ou mais em relação ao total da população, foram: Aurilândia (26,5%); Novo Brasil (25,4%); Amorinópolis (24,5%); Ivolândia (24,1|%) e Guarinos (23,9%).
CadÚnico e trabalho
Para verificar a situação dos idosos em vulnerabilidade, foram utilizados os dados do Cadastro Único. Trata-se de um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo conhecer melhor a realidade socioeconômica dessa população.
Utilizada a base de dezembro/2020, em Goiás, no período analisado, havia mais de 2 milhões de inscritos no programa, sendo 14,2% de idosos
O levantamento do IMB informa que, em 2020, Anápolis contava com 14.799 idosos inscritos no Cadastro Único, para receber recursos de programas sociais do Governo Federal. Num universo total de 96.072 inscritos, o percentual de idosos no programa era de 15,4%.
Cerca de 25% dos idosos em Goiás permanecem na força de trabalho e, entre eles, mais de 95% estão ocupados. Assim, a maioria dos que trabalham (mais de 55%) estão na faixa de 60 a 64 anos, e mais de 27% entre 65 a 70 anos.
Com relação à remuneração o levantamento cita que houve um empobrecimento desses trabalhadores, marcado por uma queda nos valores reais recebidos entre 2012 e 2019, na casa de 24% no período.
Dependência
O estudo traz também indicadores relativo à dependência, traçando um paralelo da população de 0 a 14 anos e de 60 anos ou mais, em relação à faixa populacional considerada produtiva, de 15 a 64 anos de idade.
Nesta avaliação, a conclusão é que razão de dependência de jovens tende a diminuir em longo prazo, ou seja, a longo prazo a população brasileira dependente, que varia de 0 a 14 anos, atenuará sua dependência da população em idade considerada produtiva. A razão de dependência de idosos tende a crescer em longo prazo, ou seja, a população brasileira dependente que varia de 65 anos ou mais “sobrecarregará” a população em idade considerada produtiva. Em aproximadamente 2040, a razão de dependência de jovens e idosos se interceptará: a razão de dependência de idosos subirá e a de jovens diminuirá.