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Especialistas avaliam comportamento de casos de embriaguez ao volante

de José Aurélio Mendes
1 de outubro de 2021
em Trânsito
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Números da delegacia de trânsito e da polícia militar despertam questão: por que essa estatística se mantém mesmo diante de tanta informação

Que bebida e direção não combinam, qualquer pessoa, da criança ao idoso, e mesmo o mais alienado habitante já está careca de saber. As campanhas pela conscientização são feitas no Brasil há mais de 15 anos.

A legislação do país também acompanhou esse processo, tornando crime a atitude e prevendo punições cada vez mais severas e a chegada dos motoristas por aplicativo ao cenário dos transportes acabou por resolver o problema de ter que se deslocar do bar após ter bebido ou em outras circunstâncias em que se faz o consumo de álcool.

A delegacia de trânsito e a polícia militar apertaram o cerco com fiscalização constante e blitzen por toda a cidade. Mas, por que o número de autuações permanece alto com o passar dos meses e acidentes com mortos e feridos não param de acontecer?

Segundo a delegacia de trânsito e a polícia Militar, em Anápolis, a média de autuações por dirigir embriagado é de 100 motoristas por mês, ou 3,3 por dia. Uma das justificativas é a produtividade da polícia na fiscalização do trânsito, que é constante desde que se instalou na cidade uma delegacia especializada.

Só que, mesmo com a divulgação maciça de que tal fiscalização é severa, assim como a lei, e de casos em que pessoas são multadas e presas, causando enorme transtorno em suas vidas, a taxa de bêbados dirigindo não cai. Estaria o consumo de álcool tão enraizado na cultura do brasileiro? Seria a educação deficiente? A falta de exemplos a serem seguidos na família? Ou estaríamos diante de uma epidemia de alcoolismo? Para responder a essas questões, o CONTEXTO procurou um consultório de psicologia.

Feiras em condomínios fechados viram tendência em Anápolis

As psicólogas Yasminne Takeda e Luísa Godoy acompanham essas estatísticas e tratam de pacientes alcoólatras em Anápolis. Segundo elas, a Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que 3,3 milhões de pessoas morrem por ano em consequência da bebida alcoólica em todo o mundo.

Yasminne Takeda: Solução está na busca por tratamento

No Brasil, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,4% da população com 18 anos ou mais costuma consumir bebida alcoólica uma vez ou mais por semana em 2019. Ou seja, trata-se de um problema muito grave que não tem diminuído com a oferta de informação. “É um vício poderoso e que afeta a população brasileira em diversos contextos e classes sociais”, conclui Takeda.

Estigma da sociedade

Mas, do ponto de vista terapêutico, Yasminne declara que o estigma da sociedade frente a dependência química ainda é algo que necessita um olhar mais humano e menos preconceituoso. Os desafios de lidar com o alcoolismo é algo muito subjetivo e a entrada para o uso dependente da substância não tem um padrão, apesar que de que existam algumas características semelhantes no enfrentamento e comportamento devido ao uso. “O fator emocional e psicológico tem uma influência muito significativa no uso do álcool e com o crescente uso da substância é evidente o impacto negativo que gera na vida do indivíduo, como: falta de cuidado com si próprio e outros, falta de responsabilidade, problemas de saúde física e psicológica, financeiro e de relacionamentos e é claro, no trânsito”, pontua.

Para Luísa, a psicologia entra nesse contexto para auxiliar no resgate ao auto- conhecimento e cuidado de si, acompanhando o indivíduo para que ele consiga lidar com o vício e ter mais qualidade de vida. A procura por tratamento de dependência química tem aumentado e com isso é possível notar uma movimentação de políticas públicas para resguardar a melhor forma de lidar com essa realidade. “A demanda é algo muito subjetivo, não tem um padrão de idade, classe social ou gênero, nota-se até um crescimento em relação ao aumento do número de mulheres enfrentando o alcoolismo, mas ainda o número de homens é superior”, explica.

Mentalidade do alcoólatra

A mente de um dependente químico funciona em desordem, já que o uso constante de substâncias químicas pode causar diversos problemas cognitivos ao longo do tempo de uso e frequência, como comprometimento de memória, raciocínio. Esse desequilíbrio da mente torna o indivíduo mais frágil diante da situação da dependência em si, das formas de enfrentamento e estigma que a sociedade impõe em relação a dependência.

 “No trânsito não é diferente. Quando sob o efeito do álcool, o usuário perde o senso de responsabilidade e, quando sóbrio, não tem autocontrole suficiente para decidir não beber, em especial quando na presença de outras pessoas bebendo”, exemplifica a psicóloga.

Luísa ressalta que um dos efeitos do álcool na mente é a anestesia frente a situações de risco, já que o filtro de consciência e raciocino lógico fica comprometido. isso é um dos fatores que acarretam a combinação do álcool e volante, afetando questões cognitivas e tirando a possibilidade de pensar racionalmente sobre determinada situação.

“A consciência do perigo existe, mas ela não cai no campo da racionalização diante da situação, que por muitas vezes é feita de forma impulsiva. Isso é uma característica da dependência, a responsabilidade com si próprio e outras pessoas fica em segundo plano diante do uso do álcool”, completa.

Tratamento

Para ambas, a solução para o problema está na busca pelo tratamento. Algo que um alcoólatra sequer cogita por um longo período de uso. Mas a procura do tratamento deve ser avaliada quando o indivíduo estiver colocando a sua vida e de terceiros em risco, quando ele não consegue lidar com o vício e isso estiver acarretando em problemas pessoais, desorganizações no contexto geral de vida e principalmente psicológicos. Ele é feito por acompanhamento do paciente em uma unidade de tratamento, onde ele passa por atendimento psicológico semanal, suporte em psiquiatria, terapias ocupacionais, aulas de conscientização sobre dependência química, realizações de atividades lúdicas, acompanhamento nutricional, trabalhado todas as dimensões para que o sujeito consiga se organizar melhor, olhar mais pra sua saúde física e psicológica.

“Só assim veremos essa situação mudar no Brasil. Não é algo que dependa apenas das campanhas de conscientização e de leis severas. É preciso uma transformação individual, guiada por políticas públicas de incentivo ao tratamento para que o paciente perceba a forma como a substância nociva está inserida em sua vida e queira mudar”, resumem elas.

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