
Gostaria de começar a responder essa pergunta que foi enviada a nossa coluna, com os dados do primeiro semestre de 2025:
- Foram vendidas 86.849 unidades de veículos eletrificados (BEV, PHEV, HEV e HEV-Flex) entre janeiro e junho de 2025;
- Os veículos 100 % elétricos (BEV) representaram cerca de 30.483 unidades no semestre, alta de 33% em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, se considerarmos o volume total de vendas os elétricos puros, representaram 35,09% do total;
- O campeão de vendas foi o BYD Dolphin Mini – com quase 44% das vendas. Se somado a seu irmão maior, a participação passa para 64% das vendas totais do semestre;
- A participação dos eletrificados no total de vendas de veículos leves foi cerca de 8% no período.
Os números que serão apresentados no final do ano, certamente serão bem maiores que os de 2024.
Nossa opinião sobre o mercado não mudou. Ainda achamos um mercado muito novo, se compararmos com os de veículos somente a combustão o que nos remete a inúmeras situações que, certamente, poderão alterar o mercado, mas, em nossa visão, o fracasso do mercado de elétricos não está mais em questão.
Cremos que o mercado vive atualmente um momento de revisão para todos os tipos de montadoras. Fabricantes que apostavam em uma transição rápida para a eletrificação total agora adotam uma postura mais cautelosa. As dificuldades logísticas, os altos custos de produção e a infraestrutura de recarga ainda limitada estão obrigando as montadoras a repensar seus planos.
Durante boa parte da última década, as principais marcas anunciaram metas para encerrar a produção de veículos a combustão até 2035. Entretanto, o cenário atual é mais complexo. O preço das baterias não caiu como o previsto, e o custo final de um veículo elétrico ainda está muito acima do poder de compra da maioria dos consumidores. Além disso, a infraestrutura de recarga pública cresce em ritmo lento, sobretudo em países fora da Europa e da Ásia.
Empresas como Ford e General Motors reduziram seus investimentos imediatos em carros 100% elétricos, priorizando modelos híbridos, que conciliam motor a combustão e propulsão elétrica. A Volkswagen e a Mercedes-Benz também revisaram cronogramas de eletrificação. Por outro lado, marcas que apostaram desde o início em tecnologias híbridas, como Toyota e GWM, vêm ganhando espaço, especialmente em mercados emergentes como o Brasil.
Diante desses dados, seria muito temerário afirmar que o carro elétrico está fadado ao fracasso — mas a fase de crescimento acelerado deu lugar a um período de ajustes. O mercado caminha para uma convivência mais equilibrada entre diferentes tecnologias, adaptando-se à realidade econômica e energética de cada país. No Brasil, por exemplo, o etanol e os híbridos flex despontam como soluções de transição mais viáveis.
A tendência, portanto, é que a eletrificação continue, mas de forma gradual e pragmática. A revolução elétrica está longe de acabar, porém o caminho será menos acelerado do que se previa. O que se observa agora é um movimento de maturidade: as montadoras entendem que sustentabilidade e viabilidade precisam andar juntas — e que o futuro do automóvel, embora elétrico, ainda passará por várias etapas até se consolidar plenamente.
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