
Após um 2025 marcado por crescimento expressivo nas vendas de veículos novos e usados, o mercado automotivo brasileiro entra em 2026 cercado por expectativas positivas, mas também por fatores que exigem cautela. Juros ainda elevados, mudanças no comando da administração federal, muitas mudanças em impostos e formas de pagamentos, um calendário eleitoral intenso, a realização da Copa do Mundo no meio do ano e um volume significativo de feriados com possibilidade de emendas tendem a influenciar diretamente o ritmo dos negócios.
No segmento de veículos usados, a tendência é de continuidade do protagonismo. Em 2025, o setor deve encerrar o ano com números próximos de 18 milhões de unidades comercializadas, consolidando o usado como principal porta de entrada para o consumidor brasileiro. Para 2026, especialistas projetam uma leve desaceleração, mas ainda em patamar elevado, com estimativas entre 17,5 e 18 milhões de veículos, sustentadas pelo alto preço dos zero-quilômetro, pelo crédito mais restritivo e pela forte demanda de motoristas de aplicativos e pequenos empreendedores.
Já o mercado de veículos novos deve apresentar crescimento mais contido, porém consistente. A entrada de novas marcas (especialmente asiáticas), a ampliação do portfólio de modelos híbridos e elétricos e a renovação de produtos por montadoras já instaladas no País tendem a impulsionar o interesse do consumidor. Para 2026, a expectativa é de vendas entre 2,5 e 2,7 milhões de unidades, dependendo do comportamento dos juros, da renda das famílias e da estabilidade econômica ao longo do ano.
O cenário político também pesa. A tradicional “dança das cadeiras” ministerial, com saídas para disputas eleitorais, costuma gerar períodos de indefinição e postergação de decisões econômicas relevantes. Além disso, anos eleitorais historicamente trazem maior cautela por parte do consumidor, sobretudo em compras de alto valor.
A Copa do Mundo, por sua vez, pode ter efeito ambíguo: enquanto o comércio em geral tende a registrar queda de produtividade em dias de jogos, o clima de otimismo costuma estimular o consumo em determinados períodos, especialmente no segundo semestre.
Por fim, o calendário de feriados prolongados pode impactar negativamente a produção industrial, mas favorecer ações promocionais e campanhas agressivas no varejo automotivo.
Em síntese, 2026 não deve repetir o forte ritmo de expansão de 2025, mas o mercado automotivo brasileiro segue resiliente. Entre ajustes econômicos, novidades tecnológicas e mudanças políticas, o setor deve manter volumes elevados, confirmando sua importância estratégica para a economia nacional.
Seja você, um colaborador de @motorecia_ Envie sua sugestão e colaboração através do nosso instagran, e, siga-nos. Diariamente você receberá novidades do universo automotivo.
Junte-se aos grupos de WhatsApp do Portal CONTEXTO e fique por dentro das principais notícias de Anápolis e região. Clique aqui.



