Há quatro décadas, um dos maiores movimentos populares da história do Brasil ecoou nas ruas, marcando um ponto crucial na luta contra a ditadura militar que se iniciara com o golpe de Estado de 1964.
A campanha das Diretas Já (1983/84) tinha como objetivo restaurar o voto direto para a presidência da República. O movimento cresceu a partir de iniciativas locais até se tornar uma força nacional, liderada por figuras proeminentes como Ulysses Guimarães, Luiz Inácio Lula da Silva, Miguel Arraes, Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas e Freitas Nobre, além dos dez governadores eleitos de oposição em 1982.
O primeiro comício registrado numa capital aconteceu em 15 de junho de 1983, na Praça Universitária, em Goiânia (GO). Nos meses seguintes, comícios históricos foram realizados em todo o país, com o apoio massivo de artistas e intelectuais. A cantora Fafá de Belém e o locutor Osmar Santos se destacaram como vozes do movimento.

Em abril de 1984, os comícios no Rio (dia 10, na Candelária) e em São Paulo (dia 14, no Vale do Anhangabaú) reuniram uma multidão que superou 1 milhão de pessoas, segundo estimativas da época.
A emblemática Emenda Dante, que propunha as Diretas Já, foi votada em 25 de abril de 1984 no Congresso Nacional. Enquanto o país acompanhava o desfecho dessa votação histórica, manifestações ocorriam nas ruas, com motoristas apoiando a proposta buzinando em todo o país.
A sessão do Congresso durou horas, enfrentando até mesmo bloqueios militares nas estradas. No final, a emenda foi rejeitada por apenas 22 votos, resultando numa das derrotas mais marcantes do movimento.
Apesar da derrota, a mobilização das Diretas Já pavimentou o caminho para a redemocratização do país. A formação da Aliança Democrática, que levou à eleição indireta de Tancredo Neves e, posteriormente, à Constituição de 1988, que consagrou o voto direto para presidente, são marcos desse processo.
Para celebrar e relembrar essa importante história, a exposição “Diretas Já 40 anos” estará em exibição no Corredor do Anexo I da Câmara dos Deputados, de 29 de abril a 17 de maio de 2024. Uma oportunidade para reviver esse capítulo marcante da nossa história recente.
O movimento das Diretas Já não foi apenas uma reivindicação política, mas um clamor popular por democracia e participação cidadã. Inicialmente, surgido como uma resposta à crescente insatisfação com o regime militar e seu processo de abertura política controlada, o movimento rapidamente ganhou força e adesão em todo o país.

Comícios, passeatas e manifestações tomaram conta das ruas das principais cidades brasileiras, mobilizando milhões de pessoas e despertando a atenção da mídia nacional e internacional. Artistas, intelectuais, líderes sindicais, estudantes e trabalhadores uniram-se em prol de um objetivo comum: o direito de escolher democraticamente o próximo presidente do Brasil.
O momento culminante desse movimento ocorreu em abril de 1984, quando a proposta de emenda constitucional que previa eleições diretas para presidente, conhecida como Emenda Dante, foi votada no Congresso Nacional. Milhares de pessoas acompanharam ansiosamente a sessão, esperando o resultado que poderia definir o futuro do país.
A rejeição da Emenda Dante representou uma dura derrota para os defensores das Diretas Já, mas não foi o fim do movimento. Pelo contrário, serviu como um impulso para novas mobilizações e articulações políticas, que acabaram por abrir caminho para a redemocratização do Brasil.
Hoje, 40 anos depois, o legado das Diretas Já permanece vivo na memória coletiva do povo brasileiro. É um lembrete poderoso do poder da mobilização popular e da importância de defender os princípios democráticos em todos os momentos.
Fique sabendo!
Exposição Diretas Já 40 anos
Visitação de 29 de abril a 17 de maio de 2024
Segunda a sexta, das 9h às 17h Corredor do Anexo I Câmara dos Deputados
Realização: Centro Cultural Câmara dos Deputados
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