Anápolis voltou a sofrer com a falta de água potável nas últimas semanas. Bairros como Frei Eustáquio; São Lourenço; Maracanã, Alexandrina e Progresso ficaram sem fornecimento por longos períodos, principalmente nos horários de pico. No Bairro Santo André, onde mora o administrador de empresas Bruno de Oliveira, faltou água durante dois dias na semana passada. Nas duas ocasiões, as torneiras ficaram secas o dia todo e o fornecimento só foi restabelecido na tarde do dia posterior, o que gerou transtornos.
“Nas duas vezes, quando descobrimos o problema, já fazia um tempo que o fornecimento estava interrompido e tivemos que nos desdobrar para economizar a água que restava na caixa”, conta. “Não fomos avisados que isso aconteceria e não sabíamos quando o serviço voltaria”, completa.
Já, no Bairro São Jorge, durante os últimos dias o problema aconteceu no período da tarde. A diarista Maria de Fátima Costa, moradora da região há 47 anos, diz que esse é um problema recorrente. “Quem tem caixa d‘água, às vezes, não percebe, mas outros como eu, que não possuem, precisam se desdobrar. Mas, é preciso fazer um uso muito racionado, restrito apenas às grandes necessidades como cozinhar, beber e usar na descarga. Todo o resto fica comprometido”, desabafa.
Saneago explica
A gerente da Saneago em Anápolis, Tânia Valeriano, justificou os episódios. Segundo ela, uma sucessão de fatos ocasionou o problema. O reservatório da empresa localizado próximo à Vila dos Oficiais da Aeronáutica e que abastece a região Norte da Cidade, por exemplo, teve a capacidade aumentada em fevereiro deste ano, com o objetivo de sanar o problema de falta de água em horários de pico, recorrente nos bairros da região. Mas, ele precisou passar por uma intervenção em junho, e estava operando com a metade da capacidade de depósito – o que voltou a ocasionar falta d‘água.
Logo após, ainda segundo Tânia Valeriano, aconteceu uma paralisação no sistema de abastecimento do Ribeirão Piancó. “Apesar da paralisação, os reservatórios estavam cheios. Entretanto, a água não estava chegando aos bairros, principalmente os mais altos. Então, começamos uma varredura na rede de distribuição e encontramos uma obstrução”, explica. “Foi preciso fechar o reservatório para realizar a desobstrução, por isso a distribuição foi interrompida em alguns locais esta semana, mas, agora, já está tudo normalizado”, afirma a gerente.
Comunicado à população
Questionada se a Saneago não deveria ter comunicado a população sobre a possibilidade de falta de água devido à manutenção na rede de distribuição, Tânia Valeriano afirma que a necessidade de comunicado só existe quando o abastecimento for ser interrompido por mais de seis horas, o que, segundo a gerente, não foi o caso. “A falta de água dos últimos dias, devido à obstrução da rede, foi uma caso atípico. Em geral, o sistema segue uma rotina. Os reservatórios mantêm um nível estável durante o dia e baixam, sempre, no mesmo horário – nos momentos de pico. O monitoramento automatizado facilita essa observação”, esclarece.
Ainda segundo a Gerente da Saneago, a população de Anápolis pode ficar tranquila quanto a novos episódios de falta de água e, também, quanto a racionamentos. “Os níveis da barragem do Ribeirão Piancó e dos reservatórios da Cidade estão dentro da normalidade. Não foram afetados pela seca”, diz. “Mas é preciso que todos se lembrem de que este é um período em que o uso da água deve ser ainda mais racional, no que diz respeito à lavagem de carros, ambientes e tempo de banho. A população precisa fazer a sua parte”, finaliza.
Quem precisar entrar em contato com a Saneago para comunicar episódios de falta de água, vazamentos e outros, pode fazê-lo pelo número 115.
Sem água, Rodoviária foi obrigada a fechar sanitários
O Terminal Rodoviário ‘Josias Moreira Braga‘ de Anápolis também sofreu com a falta de água no último fim de semana. O episódio, entretanto, não tem relação com os problemas que ocorreram nos bairros da Cidade. Isso porque, o prédio não utiliza a água distribuída pela Saneago, mas, sim, de dois poços artesianos.
De acordo com o gerente de relacionamento da Atlântica, empresa que administra o terminal, Rossini Duarte Afonso, na sexta-feira (19), uma queda de energia causou a queima de uma das bombas que retira água dos poços artesianos – o que comprometeu o abastamento. “Não ficamos totalmente sem água, mas com apenas metade da quantidade normal. Então, fechamos alguns banheiros para preservar os usuários do terminal”, explica.
Ainda segundo o gerente, todos os banheiros do terminal são higienizados diariamente, mas a obra do viaduto que está sendo construído nas proximidades está causando transtornos quanto à limpeza nas partes externas. “Trabalhamos com poços justamente para evitar transtornos e episódios de falta de água”, esclarece Rossini. “Mas infelizmente, como o problema aconteceu na véspera de um fim de semana, conseguimos arrumar a bomba e restaurar o abastecimento normal apenas na segunda-feira”, finaliza.