A médica anapolina, Ludhmila Hajjar, recuou o convite para assumir o Ministério da Saúde. Em entrevista ao canal de televisão CNN Brasil, a cardiologista e intensivista, reconhecida como uma das mulheres mais influentes do País na linha de frente da Covid-19, atribuiu a decisão a uma falta de sintonia com o pensamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, com quem se reuniu ontem (14) e hoje (15) para discutir a questão. “Faltou nós entrarmos em uma linha de convergência”, resumiu.
Ludhmila disse ter ficado honrada com a sua indicação e agradeceu por estar com o presidente para debater o enfrentamento da doença no País. Entretanto, reconheceu, na entrevista, que dois fatores contribuíram para que não aceitasse o cargo: um deles, o posicionamento em relação do tratamento precoce; o outro, relacionado à questão do lockdown.
A médica anapolina contou também que sofreu tentativas de ataque ao quarto do hotel onde estava hospedada; teve o número do seu telefone pessoal repassado em vários grupos para que pessoas ficassem ligando e, até, ameaça de morte. “Não tenho medo, mas fiquei preocupada”, pontuou. Ela, inclusive, relatou esses fatos ao presidente Jair Bolsonaro.
Ludmila Hajjar salientou que segue orientação político-partidário e nem é filiada a algum partido. “Atendo pessoas de direita, de esquerda. Se fosse diferente, estaria indo contra ao meu juramento como médica”, enfatizou, afirmando que continuará a atender seus pacientes sem nenhuma distinção e, segundo observou, essa polarização causa um grande mal para o País.
Ela voltou a defender que haja uma ação melhor coordenada pelo Governo Federal no enfrentamento à pandemia.
“O Brasil precisa de uma liderança na saúde e espero que encontrem”, assinalou a médica, acrescentando ainda que o Brasil “precisa de uma vidada de ações e de medidas mais eficientes”.