Institutos nacionais e internacionais atestam a dificuldade dos alunos, principalmente do Ensino Fundamental em lidarem com a disciplina em ambiente escolar
O nível de intimidade dos estudantes brasileiros com a matemática é, por demais, preocupante, tendo em vista os resultados de pesquisas feitas nesta área do ensino. No último dia 04 deste mês de dezembro, quarta-feira, foi divulgado o resultado do TIMSS – Trends in International Mathematics and Science Study (Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências), uma pesquisa internacional que avalia o desempenho em matemática dos estudantes do 4º e 8º anos do Ensino Fundamental.
Essa foi a primeira vez em que o Brasil participou do relatório, que tem a presença de cerca de 70 países. “É preocupante que seis em cada dez alunos brasileiros do 8º ano do Ensino Fundamental não compreendam o básico das equações. Outro ponto de atenção é identificar que o desafio da aprendizagem da matemática começa logo nos primeiros anos da educação básica. Mesmo refletindo um resultado esperado, é alarmante ver o quão distante o Brasil está da média global”, diz Fernanda Seidel, gerente de Pesquisa e Prospecção do Itaú Social.
Leia também: Editorial 981 – Ano sem urnas
O estudo mostrou que os alunos brasileiros do 8º ano estão na última posição do ranking global, empatados com os marroquinos. Nesse grupo, 62% deles estão abaixo do mínimo desejado, o que significa que não conseguem realizar contas de adição ou subtração quando há números de mais de três dígitos. Para a pesquisadora em educação Fernanda Seidel, “é urgente investir em diferentes formas de se garantir a aprendizagem da matemática com equidade.
Qualificar o trabalho docente, o acompanhamento pedagógico, ampliar a educação integral em tempo integral e investir em abordagens pedagógicas inovadoras, como as STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). “São estratégias que podem garantir bons resultados e apontar um caminho para avançarmos na educação de qualidade, sempre considerando a necessidade de enfrentamento das desigualdades de gênero e raça/etnia na aprendizagem dos alunos”, avalia Fernanda Seidel.
Efeitos devastadores
Um dos efeitos da ansiedade com matemática é o prejuízo no aprendizado da disciplina. Pois os dados do Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes 2022, mostraram que os países com níveis mais altos de ansiedade têm níveis mais baixos de autoeficácia em matemática. Outro problema é que os alunos mais preocupados têm dificuldade em fazerem tarefas matemáticas porque precisam se concentrar em controlar o estresse no processo, em vez de resolverem os problemas.
Os resultados estão de acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024. Segundo o documento do projeto ‘Todos pela Educação’, apenas 3,7% dos alunos na 3ª série do ensino médio da rede pública tiveram aprendizagem adequada em matemática em 2021. Entre os alunos brasileiros de 15 anos (ou seja, que acabaram de cursar o ensino fundamental II), 73% ficaram abaixo do nível 2 em conhecimentos matemáticos no PISA 2022. Na média dos 81 países participantes do Pisa (membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE – e parceiros), o índice de estudantes que estão abaixo do nível 2 é bem menor: 31%. (Nilton Pereira – com agências).
Junte-se aos grupos de WhatsApp do Portal CONTEXTO e fique por dentro das principais notícias de Anápolis e região. Clique aqui.
A responsabilidade das concessionárias pelos danos ocasionados aos passageiros durante o tráfego nas rodovias
As concessionárias de rodovias, ao assumirem a administração e exploração das vias, possuem a responsabilidade de garantir a segurança e...