Ao seguir uma tendência internacional, o Brasil tem, hoje, o terceiro maior volume de estabelecimentos de culto ao corpo. Anápolis fica em boa posição no ranking
Elas estão espalhadas por todos os cantos da Cidade e abrigam uma clientela bem diversificada.
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O número, praticamente, dobrou nos últimos 15 anos, o que leva a entender que se trata de um mercado altamente promissor. São as academias de ginástica, ou points de fitness (estar em boa forma física), locais apropriados para a prática orientada de exercícios físicos, com o acompanhamento de profissional qualificado (personal trainer) e que funcionam desde a madrugada, até altas horas da noite.
O setor emprega centena de colaboradores, tem forte influência no mercado de equipamentos, aparelhos e vestuário próprio, além de suplementos alimentares e energéticos. Nos cinco últimos anos, as academias surgiram aos borbotões e são vistas com grande facilidade nas principais ruas e avenidas de Anápolis, como a Universitária, Tiradentes, Brasil e, também, nos mais diferente bairros. (o Jundiaí é um dos que mais concentram esses estabelecimentos) com diversificados padrões de estrutura. Vão, desde estabelecimentos mais simples, até academias aparelhadas com equipamentos de última geração, ambientes climatizados e a oferta de outros produtos e serviços alternativos. O setor sofreu um esfriamento com a incidência da pandemia da covid-19 (2019-2022), mas, praticamente, já recobrou o status antigo.
Em suas dependências se revezam homens e mulheres de todas as idades, todos com os mesmos objetivos, quais sejam, dar melhor forma à estrutura física, tanto por vaidade, quanto por necessidade e orientação de tratamentos médicos, ou, ainda, a busca do chamado “corpo perfeito”. O certo é que as academias têm feito parte do cotidiano das pessoas em Anápolis. Isto fica muito visível. Sem contar que há perspectiva de crescimento desta atividade, levando-se em conta que pouco mais de 20 por cento da população brasileira a (média nacional) tem o hábito de frequentar academias. Não há um número preciso, mas na comparação com a média nacional, estima-se que, em Anápolis, existam próximo de 100 academias. Elas são empresas empregadoras, contribuintes e atraem, cada vez mais, clientes de variados perfis.
Explosão das duas últimas décadas
Tem-se como certo que as academias, em suas mais diversas vertentes, são dos maiores fanatismos do público jovem nos últimos anos. A partir de 2010, o número de pessoas entre 18 e 25 anos que as frequentam, mais que dobrou. Junto com essa busca cresceu, também, o quantitativo de espaços destinados para inúmeras atividades físicas, em especial musculação, natação, pilates e ginástica. O motivo é a incessante busca dos jovens pelo “corpo perfeito”. Mas, nos últimos anos, não só os jovens predominam em academias. Pessoas de meia idade e, até, idosos, também têm buscado com mais interesse ingressarem no mundo fitness. As academias concentram uma harmonia muito saudável, que é vista em poucos lugares, independentemente do horário em que a atividade física seja praticada. Existem vários casos de amizades surgidas nesses locais, que duram por anos.
Psicólogos ouvidos, asseguram que o anseio pelo corpo bem delineado transforma a mentalidade jovem por completo, desde seu comportamento numa academia, até em atitudes externas, como na faculdade ou em casa. No início da “febre das academias”, muitos davam mais valor para o exercício do que para outros fatores, como a educação convencional e o convívio com a família. Mas, esse pensamento tem sido mudado nos últimos anos.
Coisa antiga
O conceito de corpo perfeito não é recente. Umas das primeiras civilizações do mundo a desenvolver essa ideia como método de vida, foi a grega. Durante vários séculos, a mística daquele povo se tornou exemplo de como desenvolver uma vida social saudável, justa e organizada para todos. Isso pode ser visto nas histórias de seus deuses e de toda a civilização da época, colocadas de forma escrita e artística, através das famosas estátuas de corpos definidos e exuberantes.
Por décadas, séculos até, o conceito de beleza se valia, tão somente, pela fisionomia do rosto e atributos mentais, como a inteligência e a sabedoria das pessoas. Porém, a partir dos anos 80, o mercado da beleza ganhou espaço, e, as teorias desenvolvidas daquela época voltaram à tona. O grande problema é que algumas pessoas a observavam, apenas, pelo caráter estético e pouco davam destaque em outros detalhes, como a formação das pessoas. Isso demorou muito tempo para ser contestado, pois era uma unanimidade entre os mais jovens. Ocorre que tal conceito mudou muito desde o início da atual década. A conciliação do estudo, trabalho e cuidados físicos é presente na vida de muitos brasileiros, com o uso de um pensamento clássico dos gregos: o equilíbrio das ações. Depois de várias campanhas realizadas por associações de educação física e o desenvolvimento de padronizações da prática de algumas modalidades, como na musculação e natação, surgiram mais adeptos para as academias e confirmou-se a explosão das atividades físicas no Brasil.
Atividade econômica
De acordo com os dados mais recentes (2022) em termos de faturamento, o mercado fitness nacional alcançou a marca de US$ 2,5 bilhões (R$ 12 bilhões), o terceiro maior das Américas, atrás, apenas, dos Estados Unidos e do Canadá. Também, chama a atenção, a quantidade de academias presentes no País. São, calculadamente, 35 mil unidades oficiais, o que coloca o Brasil como a segunda nação com mais academias do mundo. A primeira é, novamente, os Estados Unidos, com 40 mil unidades.
Quando se avalia o mercado quanto ao número de clientes, o Brasil aparece em quarto lugar, com 9,6 milhões de usuários contabilizados oficialmente. O ranking é formado por: Estados Unidos (mais de 62 milhões), Alemanha (11 milhões) e Reino Unido (9,9 milhões) que estão no pódio da categoria, respectivamente, em primeiro, segundo e terceiro lugares. Em termos numéricos, com dados atualizados, os Estados Unidos têm o maior número de academias registradas. São 41.300, seguido do Brasil, com 30.100; México, 12.800; Alemanha, 10.000 e Argentina, 8.200. A Índia, entretanto, é o país onde mais se frequentam academias. Cerca de 24 por cento da população. Seguem-se, Brasil e África do Sul, empatados com 21 por cento; China, com 20 por cento e Austrália, com 19 por cento. A França é o país com menor frequência entre os pesquisados. Apenas, quatro por cento.