O VI Grand Prix de Futsal, que acontece em Anápolis desde o último dia 17 e que se encerra no domingo, 24, está entre os maiores eventos esportivos já realizados na Cidade em todos os tempos. Durante o transcorrer do torneio, em várias oportunidades, a população anapolina lotou as quadras da UniEvangélica e do Ginásio Internacional “Newton de Faria” para ver os jogos.
Craques como Falcão; Ari; Ciço; Carlinhos e Vinícius estão mostrando desde o início, por que o Brasil é considerado a melhor seleção do mundo. Se Anápolis viveu momentos de alegria com a presença da “Seleção Canarinho”, experimentou dissabores com a infra-estrutura de turismo. O VI Grand Prix deixou evidente que é necessário mais investimento no setors. De acordo com a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), das dezesseis equipes participantes no torneio, por exemplo, apenas três foram acomodadas em hotéis anapolinos: Zâmbia, Argentina e Brasil. O restante das seleções ficou hospedado em Goiânia.
Para o presidente do Sindicato do Turismo e Hospitalidade de Anápolis (Sintha), José Epaminondas Costa, a pequena distância entre Anápolis e Goiânia atrapalha a rede hoteleira local, uma vez que a capital dispõe de mais hotéis, inclusive, com classificação de quatro estrelas para cima. “Precisamos de hotéis com mais conforto. Estamos no caminho certo, mas a questão de serviços ainda precisa ser melhorada”, completou, acrescentando que “a área hoteleira vai crescer muito ainda, mas não com luxo, pois ainda não temos grandes atrações turísticas”.
As seleções de Zâmbia, Argentina e Brasil, ficaram acomodadas no Hotel Naoum Express. O gerente-geral, Luiz Mauro Potenciano, lembrou que no ano passado, quando a cidade recebeu alguns jogos do Grand Prix, foram hospedadas quatro seleções e este ano foram três, mas também os membros da CBFS. Luiz Mauro assinalou que a Cidade tem evoluído muito quanto ao número de eventos importantes. “Nos últimos dois anos, Anápolis tem se destacado bastante. Mas, com relação aos hotéis, precisamos de mais. Em um evento como esse, Anápolis deveria receber todas as delegações”, destacou.
Para o crescimento do setor hoteleiro de Anápolis, Mauri Vieira, executivo de contas do Naoum Express, sugere que sejam trazidas mais promoções para a Cidade. “Muitos eventos que poderiam ser realizados aqui em Anápolis são levados para outras cidades”. Além disso, Mauri acredita que os demais hotéis do Município devem se modernizar para receberem os atletas e as delegações em eventos futuros.
O comércio de Anápolis tem bons motivos para comemorar a realização do Grand Prix, devido à movimentação nos shoppings, lojas, restaurantes, lanchonetes, lan houses e outros estabelecimentos, além do segmento de transporte. Um evento dessa natureza mobiliza diversos setores da atividade econômica, trazendo resultados positivas para o empresariado da cidade e para o próprio município, com o consequente aumento arrecadação de impostos, além da geração de oportunidades de emprego. Além da questão econômica, outro fator positivo é o da integração: com pessoas de várias partes do mundo, há uma inevitável troca de experiências sociais e culturais. Tudo isso agrega valor num evento como esse e quem ganha é a população.
As goteiras e o apagão
Coincidência ou não, dois fatos marcaram o VI Grand Prix de Futsal. O primeiro aconteceu durante a partida entre Brasil e Costa Rica, no dia 18. A forte chuva fez com que parte da estrutura do Ginásio fosse tomada pela água. O jogo começou com cerca de quarenta minutos de atraso. Dentro da quadra, a constante paralisação da partida para a secagem do piso irritou a alguns torcedores. Para o técnico da Seleção Brasileira de Futsal, Marcos Aurélio Sorato, “não é comum que haja goteiras”, observou, recordando que na Espanha, um amigo seu quebrou a perna por causa de uma goteira. “Acontece no chamado primeiro mundo e acontece aqui também”.
Com relação à infra-estrutura da Cidade, principalmente no que diz respeito aos hotéis, o técnico afirmou: “nós estamos muito contentes. É a terceira vez que jogamos em Anápolis. Mas esperamos mais público, que deve vir em maior quantidade nos próximos jogos”. Já para o grande astro do futsal brasileiro, Falcão, “a chuva não pode servir de desculpa (para mau desempenho no jogo). Caso atrapalhe, os dois times são prejudicados na mesma proporção. Mas isso não pode acontecer em um torneio desse nível, onde você traz as principais seleções do mundo. Isso tinha que ser pensado e valorizado”.
No jogo contra a Líbia, no dia 19, o problema foi outro: faltou energia elétrica por duas vezes no Ginásio “Newton de Faria”, interrompendo a partida. Entretanto, o problema não foi suficiente para atrapalhar a vitória brasileira e nem tirar o entusiasmo da partida que compareceu em bom número.