Desta vez o que está em jogo não é o interesso dos consumidores, mas sim a sobrevivência de empresas e empregos em meio a pandemia
Representantes das principais grandes empresas varejistas que atuam em Anápolis se reuniram com a direção do Procon da cidade para tentarem fazer chegar ao prefeito Roberto Naves um pedido. Que a próxima edição do decreto municipal sobre o funcionamento de estabelecimentos comerciais, durante a pandemia, veja o lado deles. É que os pequenos comerciantes já puderam reabrir suas portas, respeitando uma série de regras de distanciamento de clientes, higiene e lotação, enquanto as grandes lojas de departamentos continuaram proibidas de subir as portas. Estiveram presentes nesta reunião gerentes de vendas e de recursos humanos de marcas famosas e tradicionais como Pernambucanas, Fujioka, Novo Mundo, Magazine Luíza, Marisa, Riachuelo, Casas Bahia e Eskala, que juntas respondem por mais de 300 postos de trabalho.
Os diretores do Procon foram escolhidos para ouvir as sugestões porque, segundo os logistas, são próximos ao prefeito. A eles foi passado um documento que comprova a possibilidade da reabertura, promovendo regras de distanciamento social e higiene semelhante ao que é aplicado hoje nos pequenos comércios, sem qualquer risco de gerar aglomerações. Os representantes das lojas também externaram sua preocupação com a perda de empregos, já que as empresas não dispõem de qualquer previsão de reabertura e nem caixa para arcar com as obrigações trabalhistas que continuam vigentes. Após o cumprimento de férias forçadas, cerca de 50% dessa força de trabalho já foi dispensada ou teve o contrato de trabalho suspenso, como forma de protelar demissões.
Queren Martins, gerente da Eskala, explica que existe uma interpretação equivocada dos decretos. Segundo ela, o decreto estadual está se sobrepondo ao municipal, quando existe autonomia das prefeituras em legislar sobre o assunto, já que cada município tem sua realidade. “Fizemos todas as adequações necessárias em questão de distanciamentos, higienização na porta da loja com álcool e água sanitária, controle de entrada de clientes, demarcamos a loja para manter o distanciamento, locução para orientação, comunicação em material pdv, distribuição de máscaras para colaboradores e espalhamos dispensers de álcool gel em toda loja . Mesmo assim fomos surpreendidos com a fiscalização nos informando que não era permitido a abertura”. Sem faturamento e com aluguéis, funcionários e contas que não param de chegar, ela prevê um colapso. “Estamos as vésperas do segundo maior período de vendas do ano e sem saber o que vai acontecer”, lamenta.