Réu também responde por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na noite desta segunda-feira (30), Nelson Ribeiro Fonseca Júnior, de 34 anos, a 17 anos de prisão por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Entre os crimes, ele furtou uma bola de futebol autografada por Neymar, que foi levada da Câmara dos Deputados durante a invasão ao Congresso Nacional.
Objeto simbólico
A bola, considerada um bem de valor simbólico e pertencente ao patrimônio público da União, havia sido doada em 2012 pelo Santos Futebol Clube. O objeto estava exposto em um corredor do Parlamento e foi levado durante o tumulto causado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram as sedes dos Três Poderes em protesto contra o resultado das eleições de 2022.
Além do furto, Ribeiro cometeu os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa armada. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que o réu “participou ativamente da invasão e destruição de prédios públicos” e ainda confessou ter levado a bola.
Os advogados de Ribeiro alegaram que ele pegou a bola do chão para protegê-la e que teria devolvido o item à polícia 20 dias depois. No entanto, a maioria dos ministros do STF rejeitou a tese da defesa e considerou a conduta como parte da ação criminosa cometida durante os ataques.
O episódio de 8 de janeiro já resultou na condenação de mais de 500 pessoas. Os manifestantes exigiam uma intervenção militar para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente em 2022.
Acusações
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que comandou o país entre 2019 e 2022, está sendo investigado pelo STF por incitar o movimento golpista. Segundo a acusação, ele teria instigado os ataques para tentar se manter no poder após ser derrotado nas urnas por uma pequena margem.
Com essa condenação, o STF reforça a postura de tolerância zero contra os envolvidos nos atos antidemocráticos e envia um recado claro sobre a defesa das instituições e do Estado de Direito no país.
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