Na passagem do Dia do Hospital (02 de julho) permite-se fazer-se uma reflexão sobre este tipo de estabelecimento no Município, no decorrer do tempo
O primeiro hospital do Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Olinda (PE), fundada no ano de 1.540 para atender aos enfermos dos navios dos portos e moradores das vilas e povoados. Ele já não existe mais. O hospital mais antigo em atividade, hoje, no País é a Santa Casa de Misericórdia de Santos, fundada em 1.543. O País tem, hoje, calculadamente, 3.000 hospitais públicos e aproximadamente, 6.700 particulares. Esses números não são exatos, pois mesclam, hospitais universitários, filantrópicos e outros sistemas de atendimento à saúde que não são, necessariamente, denominados hospitais.
O hospital “São Pedro de Alcântara”, fundado em 1825 na, então, Capital do Estado (hoje Cidade de Goiás) foi o primeiro estabelecimento do gênero na antiga província, hoje Estado de Goiás. Sua instituição deu-se através de iniciativa do Imperador Dom Pedro I, pela Carta Imperial de 25 de janeiro, para servir de abrigo aos enfermos pobres e indigentes. Vinculava-se às preocupações da Câmara de Vereadores e do Governo da Província, em torno da função de curar, por caridade, os enfermos pobres. Acolhia, desse modo, dementes, doentes e necessitados, fossem eles homens livres ou escravos.
Em Anápolis
![](https://portalcontexto.com/wp-content/uploads/2021/07/Hispital-municipal.jpg)
Foi no final da década de 20 que Anápolis ganhou seu primeiro hospital. Ele nasceu pelas mãos do médico e missionário James Fanstone que fez de sua residência, uma extensão para atender a doentes de várias partes do Estado e, até, de outras unidades da Federação, como Maranhão (ainda não havia o Estado do Tocantins); Pará, Mato Grosso e Minas Gerais. O Hospital Evangélico, ao longo de todo esse tempo, ganhou musculatura e, até hoje, continua sendo uma referência no Centro Oeste. É ranqueado entre os melhores estabelecimentos do gênero no Brasil Central. Depois do Evangélico, vários outros hospitais particulares foram abertos, no acompanhamento do efetivo progresso e da elevação do número de habitantes na Cidade. Anápolis chegou a contar com cerca de 20 hospitais convencionais em funcionamento simultâneo.
O primeiro hospital público do Município surgiu sob o nome de Pronto Socorro Municipal, já no final da década de 60, no governo do, então, Prefeito Raul Balduíno de Sousa. Com o crescimento da Cidade e a falta de espaço físico, o HM se apequenou e hoje não suporta, mais, a demanda a ele direcionada. Daí, o anúncio do Prefeito Roberto Naves que pretende erigir um novo Hospital Municipal, cujos recursos financeiros já estariam encaminhados.
A estrutura
O serviço público de Saúde em Anápolis, no entanto, foi reforçado no decorrer do tempo, com a abertura de postos avançados para o atendimento, principalmente da área ambulatorial (unidades de saúde), a criação de dois centros de atendimento integral à saúde (CAIS) no Jardim Progresso e Jardim Calixto, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Vila Esperança. O Governo do Estado instalou, em Anápolis, o Hospital Regional de Urgências “Doutor Henrique Santillo” e, mais recentemente foi implantada, pela Prefeitura, a UPA Pediátrica. Ao longo dos anos, o Governo Municipal compra serviços da rede privada, para complementar a política de atendimento. Soma-se a essa estrutura, os serviços ofertados pelos chamados hospitais filantrópicos, como a Maternidade “Doutor Adalberto Pereira da Silva” surgida nos anos 60 e que, de forma ininterrupta, oferece assistência a parturientes de Anápolis e região. Além da Maternidade, o Instituto de Psiquiatria (antigo Sanatório Espírita) faz atendimento a centenas de pacientes mentais e a Santa Casa de Misericórdia, detentora de um volumoso projeto assistencial de saúde.
Desativação
Curiosa e, ironicamente, com o crescimento populacional e econômico do município no decorrer do tempo, caiu, sensivelmente, a oferta de leitos hospitalares em Anápolis. Vários hospitais tradicionais da Cidade fecharam suas portas e deixaram para trás, apenas, marcas na história da saúde anapolina. Assim aconteceu com o Hospital “Divino Pai Eterno”, fundado pelo lendário médico Bernardo José Rodrigues, na Vila Góis; Casa de Saúde “Nossa Senhora de Lourdes”, comandada pelos médicos Bomfim D’Abadia e Oscar Soares; Hospital “Dom Bosco”, criado pelo médico e político Anapolino de Faria: Hospital Santa Paula, dirigido por uma equipe que contava com os médicos Florival Montenegro; Henrique Santillo, Mauá Cavalcante Sávio Ary Jacomossi, Luiz Sérgio Leyser e outros; Instituto de Cardiologia, fundado pelo médico e político Maurity Escobar; Hospital Santo Antônio ,dirigido pelo médico Amin Antônio; Hospital São Judas Tadeu; Hospital Ortopédico, dirigido pelos médicos Oswaldo Abrahão e Guido Mohn, além de outros. Alguns remanescentes dos anos 60 e 70 se reinventaram, trocaram de donos e de filosofia e vêm se mantendo.
Em Anápolis, Caiado relembra trajetória. Da escola pública à cadeira de Governador
Há que se ressaltar, entretanto que, várias clínicas de propostas mais modernas, com atendimentos específicos, foram implantadas na Cidade e oferecem alguns serviços antes só obtidos em hospitais convencionais. Anápolis ganhou, também, recentemente, um hospital de grande porte (Ânima) e comenta-se que outros projetos semelhantes estariam a caminho, principalmente, devido às projeções animadoras de crescimento socioeconômico previstas para a Cidade, com o ingrediente positivo que foi a abertura do curso de Medicina na Universidade Evangélica de Goiás há alguns anos.