Jovem foi morto em setembro após ser
vítima de um assalto. Crime chocou toda sociedade goiana
Ana Rita Noronha
Na manhã desta terça-feira, 01/12, a Polícia Civil, por meio do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Anápolis, concluiu as investigações do inquérito que apura a morte de Murilo Ramos de Souza, de 25 anos. O crime aconteceu em setembro e abalou toda sociedade goiana.
No dia 26 de setembro, Murilo que, até então, residia na cidade de Itapuranga, teria saído de casa, conduzindo um automóvel Hyundai Ix-35, dizendo a pessoas próximas que se encontraria com uma menina em Ceres.
Horas depois, já durante a madrugada do dia 27, quatro suspeitos foram mortos durante um confronto com a Polícia Militar, na cidade de Anápolis, estando tais suspeitos na posse do veículo Hyundai Ix-35 de Murilo.
No dia oito de outubro, após uma semana de investigações, o corpo do estudante foi encontrado em uma propriedade rural, situada às margens da Rodovia GO-530, que liga a cidade de Anápolis ao distrito de Joanápolis. Laudos apontaram traumatismo craniano como causa mortis, provocada por ação contundente.
Passo a passo

Juntamente com as Delegacias de Polícia de Ceres e Itapuranga, o Grupo de Investigação de Homicídios da cidade de Goiás e o GIH de Anápolis, se uniram em uma força tarefa com o intuito de apurar as circunstâncias em que se deu a morte de Murilo.
Conforme apurado, Murilo deixou sua residência por volta das 21h em Itapuranga e se dirigiu a um bar, onde chegou sozinho. Cerca de uma hora depois, Murilo vai até a cidade de Ceres e se dirige à localidade conhecida como “mirante”, tendo levado cerca de 15 minutos para deixar ao local.
Testemunhas ouvidas no inquérito afirmam que viram Murilo chegando ao Mirante, desembarcando do veículo e conversando com quatro indivíduos, tendo embarcado novamente no veículo na companhia de todos eles.
Por volta de 00h50, ainda do dia 27, imagens de câmeras de monitoramento de um estabelecimento comercial, capturaram imagens do Ix-35 chegando na cidade de Anápolis, na altura do km 428 da BR-153.

Aproximadamente às 01h16, o automóvel com Murilo e os quatro suspeitos passou pela Rodovia GO-530, sentido distrito de Joanápolis. Câmeras de segurança de uma casa de rações flagram a passagem, sendo possível observar que dez minutos depois, o veículo retorna. É importante destacar que tais câmeras ficam cerca de dois quilômetros do local onde o corpo do jovem Murilo foi desovado.
Após terem desovado o corpo da vítima, os quatro jovens, armados, se dirigiram para uma casa no Setor Granville, também próximo, local onde, segundo as investigações, entregariam o veículo Ix-35. Lá, depararam com equipes da Polícia Militar, tendo havido confronto e a morte dos 04 suspeitos.

Desdobramento
Após realização de várias diligências, a Polícia Civil conseguiu chegar ao autor intelectual do crime de latrocínio praticado contra Murilo.Trata-se de Victor Hugo de Sousa Pereira, vulgo “sonic”, de 21 anos.
Conforme as investigações, Victor Hugo foi o idealizador do crime, quem arregimentou os quatro suspeitos mortos no confronto para a prática do roubo contra Murilo e quem viabilizou a casa situada na Rua dos Crisântemos, Setor Granville, como sendo o local onde o veículo Ix-35 seria guardado após a ação.

As conversas constantes de diversos celulares apreendidos demonstram que Victor Hugo tinha o total controle da situação, domínio do fato e a todo instante recebia informações sobre o andamento do crime e dos percalços ocorridos em meio à empreitada criminosa, tal como o furo de um pneu do veículo ocorrido nas proximidades da cidade de Jaraguá.
Em uma mensagem de áudio, Victor demonstra sua ira ao saber da morte de seus quatro comparsas e diz que “isso não ficaria assim”. Foi ofertada representação pela decretação da prisão temporária de Victor Hugo dias após o desaparecimento de Murilo, sendo a cautelar decretada pelo Poder Judiciário e cumprida pelo Grupo de investigação de Homicídios de Anápolis.
Victor foi capturado em sua residência, no Setor Calixtópolis, no dia 02 de outubro e não ofereceu resistência à prisão. Desde então, sua prisão vinha sendo mantida em sigilo para não prejudicar as investigações.
Ele, que já ostenta passagens policiais por roubo e porte ilegal de arma de fogo, foi indiciado pela prática de latrocínio, que pode lhe render uma pena de até 30 anos de prisão. Na manha da presente data, sua prisão temporária foi convertida em prisão preventiva. Victor Hugo se encontra recolhido na Unidade Prisional local, à disposição da justiça.
Todas as informações, assim como imagens, foram cedidas pela Polícia Civil