A inadimplência no Brasil atingiu um novo patamar, com 67,18 milhões de consumidores registrados como devedores em março de 2024, conforme aponta o levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A região Sudeste foi a que apresentou o maior crescimento na inadimplência, com uma alta de 3,11% em relação ao ano anterior.
Esse cenário é reflexo do endividamento das famílias, que se elevou durante a pandemia e ainda persiste, mesmo com a retomada gradual da economia e o retorno de parte dos consumidores ao mercado de trabalho.
De acordo com José César da Costa, presidente da CNDL, as dívidas adquiridas durante a pandemia tornaram-se um fardo pesado para muitas famílias, que agora enfrentam dificuldades para quitá-las.
A reestruturação financeira está sendo lenta, uma vez que muitos consumidores retornaram ao trabalho, porém, com renda reduzida e várias contas em atraso.
O aumento na inadimplência concentrou-se principalmente entre os devedores com tempo de inadimplência de 1 a 3 anos, com um crescimento de 18,68%.
Além disso, a faixa etária mais afetada foi a de 30 a 39 anos, com 23,59% dos devedores, totalizando cerca de 16,57 milhões de pessoas nessa situação.
Média de valor
Em média, cada consumidor negativado deve aproximadamente R$ 4.397,99, distribuídos entre 2,10 empresas credoras. As dívidas mais comuns são com bancos, representando 64,40% do total, seguidas por contas de água e luz (11,45%) e comércio (10,77%).
Em relação ao número de dívidas por setor credor, destaca-se o aumento das dívidas com água e luz, com um crescimento de 10,85%, seguido pelos bancos, com 5,51%. Por outro lado, as dívidas com comunicação (-8,78%) e comércio (-2,13%) apresentaram queda.
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Apesar do contexto macroeconômico favorável, a recuperação financeira dos consumidores tende a ser lenta e gradual, com alguns altos no caminho. O início do ano, marcado por gastos extras, também contribui para a dificuldade das famílias em regularizar suas contas em atraso.
Observa-se ainda uma variação regional na inadimplência, com a região Sudeste liderando o aumento, seguida pelo Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sul.
Esses dados refletem a complexidade da situação econômica do país e a necessidade de medidas para mitigar os impactos da inadimplência na vida dos consumidores e na economia como um todo.
Com informações da CNDL