Sem obras vultosas ou que poderiam levar muitos anos para se concretizarem, Prefeitura de Anápolis desenvolverá projeto de macrodrenagem urbana com foco em Soluções com Base na Natureza.
A Prefeitura de Anápolis deu na manhã desta segunda-feira, 14/08, um passo importante no sentido de solucionar problemas crônicos e que se arrastam há décadas no município.
Foi apresentado em reunião pública no Ceitec, no Parque Ipiranga, o plano de macrodrenagem urbana.
Trocando-se em miúdos, trata-se de um planejamento com ações de curto, médio e longo prazo visando solucionar o problema de alagamentos na região central de Anápolis, sobretudo, na avenida Ayrton Senna, em parte da Rua Amazílio Lino e na Rua Barão do Rio Branco, nas proximidades com a Avenida Brasil.
Esse são os pontos mais críticos de um total de 26 mapeados no diagnóstico. Contudo, as intervenções deverão ocorrer em quase 200 pontos da cidade, segundo explicou o ambientalista Antônio El Zayek, que foi contratado pela Prefeitura Municipal para elaborar o plano e dar consultoria para a sua execução.
O prefeito Roberto Naves participou da abertura da reunião e, na oportunidade, lembrou que outros problemas que a cidade tinha, à época em que iniciou seu primeiro mandato, foram resolvidos, como nas avenidas Universitária e Fernando Costa e a grande erosão da Vila Formosa.
E, agora, da mesma forma, soluções estão sendo trabalhadas para atacar os problemas existentes na região central, com diversas ações que vão ocorrer durante este ano e ano que vem.
Problema histórico
De acordo com Antônio Zayek, há relatos de enchentes na região central de Anápolis desde 1964, portanto, há quase seis décadas, problema que nos últimos anos tem se agravado por vários problemas estruturais, como a impermeabilização do solo e as mudanças climáticas, com o aumento no volume de chuvas.
A proposta apresentada na reunião não trouxe nenhuma obra grandiosa. Ao contrário, ele traz uma série de tecnologias que poderão ser aplicadas, para se evitar que ocorra o transbordamento de água, sobretudo, da bacia do Antas.
Inteligência ambiental
O foco dessas ações está no uso da “inteligência ambiental”, através de Soluções com Base na Natureza (SBN).
Um exemplo já aplicado e que ganhou destaque na mídia nacional, são os chamados jardins de chuvas, que nada mais é do que a adaptação de um jardim, desses que há em praças, como na Dom Emanuel, no Bairro Jundiaí, que tem adaptação para reter água da chuva no lençol freático.
Além dessa, foram citadas outras tecnologias, como: trincheira infiltrada, cacimbas de infiltração (como já é feito na região da Bacia do Piancó), alagado construído, drenagem de calçadas, jardins infiltrados e drenagem para áreas de estacionamentos.
Juntamente com essas ações, outras ocorrerão concomitantemente e, até, já estão em curso, como é a intervenção realizada no leito do Antas nas proximidades do Terminal Rodoviário e Residencial Andracel.
O cronograma prevê o desassoreamento da represa do Antas no Parque Onofre Quinan, desobstrução do leito da Barão do Rio Branco até o Brasil Park Shopping, terraciamento de área no Parque da Cidade, instalação de SBN em 70 pontos ao longo da Avenida Brasil e intervenções no fundo de vale da Amazílio Lino e do Terminal Rodoviário.
Em curso
O secretário de Meio Ambiente reforçou que muitas ações já foram deflagradas e outras estão prontas para serem iniciadas. Ele ressaltou que o mais importante é que além da parte técnica, “há vontade política do prefeito Roberto Naves em buscar as soluções”. Ele observou que não é “de uma hora para outra”, que os problemas serão resolvidos, mas as soluções apresentadas são soluções estudadas e que não demandarão, em princípio, fazer muitas desapropriações de imóveis, o que poderia trazer um demora maior.
O vice-prefeito e secretário de Indústria e Comércio, Márcio Cândido, pontuou que anos atrás, quando se construiu, por exemplo, o prédio da Prefeitura em cima do córrego. “Não estavam errados, porque queriam o desenvolvimento da cidade”, disse, acrescentando que tecnicamente era possível, contudo, não o mais adequado e, por isso, também, se colhe frutos negativos dos alagamentos.

Era o que eu imaginava…Um problema tão sério e grave sendo tratado de maneira superficial, sem cronogramas, sem alocação de recursos, etc..
Aliás, se fosse algo sério não seria deixado pra resolver no último ano da gestão. Mais uma vez perdemos a chance de resolver o problema histórico das enchentes… Mas se há algo.positivo nisso é a utilização de novas tecnologias para ajudar na solução dos problemas…parabéns aos envolvidos..
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