Sempre que penso em liderança cristã e pastorado, vem à minha mente a trajetória de vida do apóstolo Paulo. Sua fé inabalável, sua luta constante, a alegria em compartilhar o Evangelho e o sofrimento decorrente de suas escolhas.
A história de Paulo está narrada na Bíblia. Apesar de sua singularidade, não há como não encontrar semelhanças com a vida de milhares de missionários espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Seja atuando na própria cidade ou partindo para lugares ainda desconhecidos, a vida de quem atende o chamado de Deus está longe de ser considerada tranquila. Além das responsabilidades habituais em todos os papéis sociais desenvolvidos, a pessoa realmente envolvida com o Reino traz consigo uma gama de outros deveres que precisam ser incorporados em seu dia a dia.
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Nesse sentido, o líder pode usar como base as orientações do próprio Paulo aos filipenses (Fl 2:2-5;14-16a): “tendo o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor e sendo unidos de alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros. Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus. Façam tudo sem murmurações nem discussões, para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida”. Em poucas palavras, Paulo orienta a igreja à união, humildade, altruísmo, conhecimento da Palavra, respeito aos princípios, resiliência e, claro, muita fé. Se isso foi ensinado à igreja como um todo, ao líder precisa ser requisito para um ministério profícuo e abençoado.
E mais, o verdadeiro líder é aquele que ama o que faz e leva sua equipe a amar e se envolver profundamente para alcançar o objetivo comum; é agregador e conciliador; cultiva o respeito e a confiança; consegue conduzir a equipe com firmeza, disciplinando quando necessário, orientando sempre; não é autoritário a ponto de ser visto como inflexível e precisa saber ouvir e usar as palavras com sabedoria.
Além de tudo isso, é imprescindível, ainda, comunhão e intimidade com Cristo, oração incessante e o estudo da Palavra. O líder deve ser exemplo pelas ações e não apenas pelo que diz e, como sempre digo, tem que ter ombros largos e pele grossa para suportar as intempéries do ministério. Pode parecer impossível aos olhos humanos reunir todas essas características em um homem ou mulher, no entanto, o ministério pastoral e a liderança cristã estão fundados no Deus onipotente que “efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fl 2:13).