A médica cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, através de entrevistas e nas redes sociais, defende a vacinação para crianças no País. Segundo ela, o fim da pandemia passa pela vacinação pediátrica. A especialista pontua que é preciso evitar mortes e sequelas na população infantil.
Em boa parte dos municípios brasileiros, a vacina contra a Covid-19 começou a ser ministrada em crianças na faixa de cinco a 11 anos de idade. Apesar de ainda haver alguma resistência e algum temor por parte de alguns pais, os especialistas indicam que a imunização é segura e que reações podem ocorrer, como ocorre com imunizantes que há anos são disponibilizados para a prevenção de outras doenças infantis.
Um voz de peso se levantou em favor da vacinação de crianças no Brasil, contra a Covid-19. Trata-se da médica cardiologista e infectologista Ludhmila Hajjar, que foi considerada uma das brasileiras mais influentes no cenário de enfrentamento da pandemia do nov coronavíris.
Em entrevista ao Canal UOL, a profissional explicou que a doença, ou seja, a Covid-19 é uma doença grave, com complicações a curto e longo prazo. E, nas crianças, a Covid pode levar as crianças a internações e em casos mais graves, a óbitos. Além de sequelas cardíacas, neurológicas, respiratórias e as sequelas crônicas, também chamadas de “longa Covid”.
De acordo com Ldhmila Hajjar, no Brasil, há registros de cerca de 300 mortes de crianças. E, na sua avaliação, se essas crianças tivessem sido vacinadas, “esse número poderia ser zero”, ressalta, pontuando que a vacina contribui para evitar as hospitalizações e as mortes.
A médica reforça que a vacina é segura. A vacina pediátrica- diz- passou por todos os estudos clínicos e fases de testes previstos e em todo o ciclo ela se mostrou segura.
Conforme destacou, nos Estados Unidos já foram aplicadas em torno de 10 milhões de vacinas para essa faixa etária e não houve nenhum óbito.
Existe, conforme observou, uma preocupação com a miocardite- que é uma inflamação leve do miocárdio- que pode ocorrer com qualquer vacina. No caso citado dos EUA, houve 12 registros somente de miocardite, sendo que todos os casos foram tratados em casa, sem internação e sem registro de óbito.
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A médica também comentou as fake news (notícias falsas) que circulam, sobretudo, nas redes sociais, dando conta de casos graves de miocardite, o que segundo ela não procede no momento e, pior ainda, a informação de que a vacina, que é de RNA, poderia modificar o código genético das crianças.
“Isso é uma das coisas mais estapafúrdias que a ciência poderia ouvir”, frisou, informando que não existe mudança de código genético por conta da RNA, que é uma proteína que fica no citoplasma da célula e nem sequer encosta no DNA que está no núcleo.
Ludhmila reforça que a vacina é necessária para evitar mortes e hospitalizações das crianças e para reduzir a disseminação da SARs-Cov-2 e, enfim, para controlar a pandemia”.