Claudius Brito
O ex-prefeito de Anápolis, Adhemar Santillo, buscou na memória fatos que, segundo ele, derrubam o mito de que o ex-governador Maguito Vilela era um inimigo da Cidade. Aliás, ele é taxativo ao dizer o contrário: “Maguito era um amigo de Anápolis”.
A declaração de Adhemar Santillo foi dada durante uma participação dele no programa “Anápolis em Debate”, da Rádio Manchester, poucas horas depois de confirmada a morte de Maguito Vilela.
O ex-vereador de Jataí; ex-deputado estadual, deputado federal (Constituinte) e senador da República; ex-governador de Goiás; ex-prefeito de Aparecida de Goiânia; e prefeito eleito de Goiânia, estava há mais de 80 dias travando uma batalha para vencer a Covid-19, mas não conseguiu derrotar a doença.
Adhemar Santillo recorda que, quando ele era prefeito e Maguito Vilela era governador, foram procurados pelo empresário Benjamin Steinbruch que tinha interesse de empreender no Estado e, especificamente, para Anápolis, com uma unidade têxtil da Vicunha, empresa que era o seu fundador e, na época, de grande prestígio nacional.
Houve uma reunião no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, entre Adhemar, Maguito e Steinbruch, quando este último chegou a apresentar os tecidos que seriam produzidos na planta projetada para Anápolis.
O ex-prefeito lembra que, na época, chegou a encaminhar uma mensagem para a Câmara Municipal com o objetivo de colaborar para a implantação do empreendimento. Na reunião em Goiânia, Maguito Vilela se comprometeu em conseguir uma área no Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA), para a instalação da Vicunha, além, ainda, de garantir outros apoios.
Opção do empresário

Entretanto, disse Adhemar Santillo, no meio do caminho, o empresário Benjamin Steinbruch (foto) comprou ações da Vale do Rio Doce e o seu grupo passou a priorizar a área de mineração, com o principal empreendimento na Serra dos Carajás, no Pará.
A partir daí, a Vicunha deixou, apenas, uma unidade têxtil do Ceará e, a partir de São Paulo, deixou de atuar no segmento e, por isso, acabou que o projeto da vinda para Anápolis saiu do leque de empreendimentos do grupo.
“Era muito melhor vender minério para a China, do que produzir tecidos”, pontuou Adhemar Santillo, observando, todavia, que tanto de sua parte quanto da parte do então Governador Maguito Vilela, todos os esforços foram empreendidos para que a Vicunha se instalasse em Anápolis.
Fake das antigas

Ocorre que, mais tarde, na campanha de 2006, quando Maguito se candidatou novamente ao Governo de Goiás, tendo na vice a ex-primeira-dama de Anápolis e ex-deputada estadual, Onaide Santillo, os adversários do emedebista espalhavam fake news (na época ainda não se utiliza o termo atribuído para as notícias falsas), dando conta de que Maguito “era contra Anápolis, porque não tinha trazido a Vicunha”, destaca Adhemar Santillo.
Para o ex-prefeito, “foi uma forma desonesta de agir com uma pessoa que só procurava fazer o bem”, disse, referindo ao ex-governador que, na época, manifestou a dificuldade em vir à Cidade para buscar votos, por conta dessa barreira que acabou surgindo e que, de acordo ainda com Adhemar Santillo, foi uma “grande mentira”.
“Eu faço isso (o registro) não é só porque o Maguito morreu. Faço isso porque é um fato histórico, porque quiseram de forma irresponsável, atribuir a uma pessoa aquilo que ela não tinha a mínima responsabilidade. Pelo contrário, ele (Maguito) deu todo o apoio”.
Uniana
Ainda de acordo com Adhemar, quando Henrique Santillo era Governador, foi adquirida uma área para a expansão da então Uniana. E Maguito Vilela, quando era Governador, deixou dinheiro em caixa para que fossem executadas as obras físicas do novo prédio, no que seria o embrião da Universidade Estadual de Goiás, a UEG.
“O que falaram e denigriram a sua imagem em Anápolis foi um verdadeiro crime. Uma injustiça inimaginável. Mas não vamos aceitar. Ele (Maguito) era um amigo de Anápolis”, arremata Adhemar Santillo.




