Há aproximadamente três semanas a população de Anápolis vinha sendo incomodada por um inexplicável mau-cheiro. A Diretoria de Meio Ambiente foi acionada e entrou em ação, em busca da origem do odor. Informou-se, inicialmente, que o cheiro vinha de um confinamento de gado nas proximidades do Conjunto “Filostro Machado”. O estabelecimento foi visitado por um fiscal e notificado – para que se tomassem as devidas previdências.
Entretanto, mesmo depois de todas essas ações o odor continua, causando desconforto aos habitantes de algumas áreas da cidade. Diante da situação, o Jornal CONTEXTO procurou o diretor de Meio Ambiente Luiz Henrique para ouvir explicações. Segundo ele não só o confinamento foi visitado, mas vários locais que poderiam representar os focos disseminadores do mau cheiro. Após essas vistorias foi elaborado um laudo técnico, um relatório em que constam todos os lugares visitados – Aterro Sanitário; Estação de Tratamento de Esgotos; o confinamento; granjas; pocilgas; empresas de reciclagem de lixo; possíveis vazamentos na rede coletora de esgotos da Saneago e alguns pontos do ribeirão das Antas. Além disso, um mapeamento por satélite também foi realizado. “Não existem equipamentos para medição de mau cheiro, e isso foi o que mais dificultou os trabalhos de identificação”, explicou o diretor.
Apesar das dificuldades o problema foi descoberto, o já mencionado confinamento de gado, que segundo Luiz Henrique funciona há, mais ou menos, quatro anos sem licenciamento ambiental. “Os proprietários do estabelecimento foram multados – em 20 mil reais – não só pelo mau-cheiro, mas, também, pela falta de licença e manejo ambiental”, disse. “São quase seis mil cabeças de gado que estão presas em sete piquetes sem que o local passe por limpeza”. Com a alternância entre sol e chuvas as fezes acumuladas dos animais entraram em fermentação liberando o odor sentido pelas pessoas em vários pontos da cidade.
Providências
“A lei de crimes ambientais diz que o proprietário deve, além de ser multado, reparar os danos causados. Nossos técnicos tem ido até o local duas vezes por dia, mas o processo de correção das irregularidades é lento”, afirmou Luiz Henrique. O diretor disse também, que o proprietário do confinamento tem colaborado de todas as maneiras para sanar as complicações. Mas, as chuvas não têm colaborado. “Toda vez que chove, as máquinas que fazem o trabalho de retirada das fezes têm que parar, ou acabam atolando”, explicou. Todos os procedimentos baseados na lei de crimes ambientais estão sendo tomados, mas o odor ainda vai se prolongar por alguns dias, até que a retirada total do material aconteça. Apesar de o prazo dado aos responsáveis para as devidas providencias ser de 15 dias após a notificação – que aconteceu na sexta, dia 25 – o diretor de Meio Ambiente diz que esse período pode ser maior, dadas as complicações ocasionadas pelas intempéries.
Para Luiz Henrique, as outras possibilidades de origem do odor não podem ser descartadas ainda. Pois o que vem acontecendo pode ser um somatório de fatores. Os outros 17 pontos identificados pela diretoria continuam sendo monitorados, além de estar sendo realizada pesquisa de mais alguns possíveis focos. “O mau cheiro não é um problema pontual, ele se estende por toda a cidade. Isso, somado a não possibilidade de mensuração dificulta consideravelmente nosso trabalho”.
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