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Medicamento contra o vitiligo avança para fase final de desenvolvimento

de Redação
20 de abril de 2022
em Ciência
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foto de mãos afetadas pelo vitiligo
Pesquisadores estão testando a segurança e eficácia das formulações em seres humanos. O medicamento é elaborado a partir da raiz da mama-cadela

Uma pesquisa fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) para um medicamento 100% fitoterápico para tratamento do vitiligo, sendo mais barato e menos agressivo ao organismo do paciente, já está em sua última etapa de desenvolvimento, após 13 anos em estudo por pesquisadores da UFG.

Foi a partir do conhecimento popular, com base na cultura dos antepassados, no contato com os famosos raizeiros de Goiás que buscam nas plantas do Cerrado remédios para as diversas dores de suas comunidades que a pesquisadora, professora e pós-doutora Mariana Cristina de Morais, na época fazendo o seu mestrado, e o doutor Edemilson Cardoso da Conceição, professor titular do curso de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG) decidiram estudar cientificamente o poder da planta mama-cadela ou mamica de cadela (Brosimum gaudichaudii Trécul) para o tratamento do vitiligo.

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Eles buscaram conhecer quais os compostos da planta, de que maneira ela é capaz de fazer a repigmentação da pele e trabalharam para elaborar formulações sólidas à base do extrato das raízes de mama-cadela, e depois, as semissólidas, até chegarem, hoje, na composição de um medicamento fitoterápico em fórmulas farmacêuticas de uso tópico (creme, géis e pomadas) e oral (comprimidos) que podem ser a esperança para os cerca de 2% da população mundial acometidos pela doença.

O medicamento segue todos os estudos preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O trabalho de pesquisa foi realizado no Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Bioprodutos, da Universidade Federal de Goiás (LPD&I-UFG).

A expectativa dos pesquisadores é que as novas formulações possam alcançar uma repigmentação da pele em torno de 75%, o que a professora Mariana Cristina considera um resultado excelente e uma grande esperança para os portadores desta patologia.

 “Estes produtos naturais são uma proposta mais acessível aos portadores de vitiligo. O paciente toma a cápsula ou comprimido, faz o uso tópico do gel ou creme sobre as lesões, aguarda 30 minutos e se expõe à luz solar, pois as substâncias fotossensibilizantes existentes nos produtos (furanocumarinas) somente exercem sua atividade em contato com a luz solar”, explica a professora.

Início dos trabalhos

“Quando procurei o professor Edemilson para fazer o mestrado, ele me ofereceu o projeto. Ele não me conhecia, e para sua surpresa eu revelei ser portadora da doença. Topei o projeto com toda paixão. Minha mãe descobriu que eu tinha vitiligo aos três anos de idade, com lesões no queixo e calcanhar e, desde então eu fazia um tratamento extensivo para a doença. Até mesmo chá de mama-cadela já havia feito uso, mas como foi de maneira indiscriminada tive problemas hepáticos”, conta a pesquisadora. Como na maioria dos portadores de vitiligo, o preconceito bateu em sua porta. “Por ser uma doença negligenciada, poucas informações são divulgadas para a população. Uma vez no clube, ainda existia na época aquela prática dos exames médicos, uma médica não me concedeu autorização para entrar na piscina alegando que aquelas manchas eram pano branco”, relata.

Mal não faz

O consumo de chás, infusões e emplastros com base na antiga crença popular de que “se é natural não faz mal”, não é totalmente uma verdade. As plantas medicinais podem causar diversas reações como intoxicações, enjoos, irritações, edemas e até mesmo a morte. A industrialização destas plantas, por meio do medicamento fitoterápico garante uma maior segurança de uso.

Foi a partir do potencial terapêutico da mama-cadela e das características de disponibilidade de seus marcadores, que os pesquisadores deram início ao desenvolvimento farmacotécnico e tecnológico de dispersões sólidas contendo o extrato liofilizado padronizado em furanocumarinas (substâncias ativas fotossensibilizantes importantes no tratamento de leucodermias) encontradas na planta.

Vitiligo

O vitiligo é uma doença caracterizada pela alteração da função ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, que é o pigmento que dá cor à pele, cabelo e olhos. A falta de produção da melanina provoca o surgimento de manchas esbranquiçadas pelo corpo. A doença não é contagiosa, é assintomática (exceto as manchas), mas pode induzir sintomas emocionais como depressão, baixa autoestima e problemas psicossomáticos, por isso não deve ser negligenciada.

As manchas com pouca pigmentação aparecem geralmente em locais do corpo bem característicos, como mãos, boca, nariz, joelhos e cotovelos. Mariana Cristina explica que, geralmente o vitiligo se manifesta antes dos 20 anos, com mais frequência na infância entre os 3 e 7 anos. Segundo ela, as origens ainda não estão claramente estabelecidas, mas existem algumas hipóteses de causas: fenômenos autoimunes, origem hereditária, além de alterações ou traumas emocionais que podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

Tratamentos

Ainda sem cura, a professora explica que as opções de tratamentos existentes no mercado apresentam limitações, pois a completa repigmentação dificilmente ocorre, e entre 15 a 30% dos pacientes não respondem a nenhuma das terapias existentes. Os tratamentos baseiam-se no uso de corticoides na hipótese autoimune, ou na terapia UVB que é um tratamento de alto custo ou até mesmo na fotoquimioterapia.

“A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todas as formas de vitiligo, com bons resultados principalmente para lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Também podem ser empregadas tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos”, destaca a professora.

Rótulos: AnvisadestaqueEdemilson Cardoso da ConceiçãoFAPEGFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de GoiásMariana Cristina de Moraisremédioremédio naturaltratamentoUFGUniversidade Federal de Goiásvitiligo

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