Ronilza Johnson estava internada desde o último dia 31 quando foi diagnosticada com uma infecção grave após a intervenção cirúrgica malsucedida nos glúteos
Foi confirmada, na manhã desta segunda-feira, 03/05, a morte de Ronilza Johnson, internada desde o último dia 31 de março, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), após realizar um procedimento estético malsucedido em uma clínica clandestina de Anápolis.
A vítima, de 46 anos, procurou o local com intuito de fazer uma rinomodelação e, também, aumentar os glúteos através de uma intervenção cirúrgica. Somente para isso, segundo a Polícia Civil, ela teria desembolsado em torno de R$ 10 mil.
Em nota, o Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA), confirmou o falecimento que teria ocorrido na noite do último sábado, 01/05. Ainda, de acordo com a unidade, ela apresentava uma infecção grave por conta de uma ferida aberta.
Investigação
Conforme explicou a delegada Cynthia Alves Costa, a pessoa que fez o procedimento foi o biomédico Lucas Santana que, naquele momento, se apresentou como médico. Segundo ela, o rapaz, de 25 anos, usou polimetilmetacrilato, mais conhecido como PMMA, para fazer o preenchimento.
Apesar de não ser proibido, o uso, porém, não é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para este procedimento específico. O produto causou infecções graves no corpo de Ronilza, que depois necrosaram e viraram feridas abertas. Após passar mal e ser levada para o hospital, a mulher denunciou os suspeitos por telefone.
“O procedimento foi feito de forma ilegal, o que já foi verificado. Um dos tratamentos, segundo a vítima, foi a aplicação de ácido hialurônico nos glúteos. O outro foi uma rinomodelação. Ela passou mal uma semana depois e vizinhos chamaram uma ambulância”, contou a delegada durante coletiva.
A polícia também apontou a participação de Thierry Cardoso, um estudante de medicina na Bolívia. Na casa dele, em Leopoldo de Bulhões, foram apreendidos inúmeros medicamentos, inclusive de procedência estrangeira, e receitas médicas em branco.
Na clínica, localizada no Setor Central de Anápolis, foram apreendidos cadernos com anotações e tubos utilizados para coleta e armazenamento de sangue.
O Conselho Regional de Biomedicina disse, em nota, que o biomédico realizou um procedimento não autorizado pelo Conselho Federal de Biomedicina e que será aberto contra ele processo ético, sem prejuízo da análise de processo criminal pelas autoridades policiais. A nota diz que Lucas da Silva Santana tem registro profissional e habilitação em estética.
