Também, foi marcante a filiação partidária de pretendentes, tanto dos que se filiaram a partidos, quanto para os que, pelos mais variados motivos, escolheram outras siglas, com vistas a se candidatarem nas eleições do próximo dia seis de outubro, o que ocorreu no dia seis deste mês de abril, seis meses antes da eleição.
Também, o dia seis foi a data limite para que partidos políticos e federações que quisessem participar das Eleições 2024 registrassem, no TSE, os respectivos estatutos.
A próxima data marcante do Calendário Eleitoral 2024 será entre 20 de julho e 05 de agosto, quando partidos e federações deverão realizar convenções partidárias para deliberarem sobre coligações e escolherem candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.
Anápolis imprevisível
A escolha do próximo prefeito e dos 23 futuros vereadores, marcada para 06 de outubro (em primeiro turno para prefeito), está cercada de muito mistério em Anápolis. Será uma eleição enigmática, emblemática, tudo indica, surpreendente.
Por vários motivos. Um deles, que não pode ser desconsiderado, é a IA (Inteligência Artificial) instrumento recém-surgido, mas, que, amedronta a muita gente, tal qual ocorreu com o surgimento das redes sociais. Naturalmente, o inusitado, o desconhecido e o imprevisível assustam até os mais experientes e precavidos.
Aliás, a Inteligência Artificial já é preocupação das autoridades que buscam formas e fórmulas de domá-la. Ainda é cedo para ter-se uma certeza disso.
Mas, outros fatores prometem influenciar (e muito) nas eleições 2024, principalmente para Prefeito do Município. Fatores externos, por sinal. Longe está o tempo em que os candidatos à Prefeitura de Anápolis eram definidos pelas lideranças locais em animadas convenções.
Hoje, a realidade é outra. Os anapolinos, aparentemente, são os que menos opinam. Exceto uma candidatura (PT), do ex-prefeito Antônio Gomide, que tem sido desenhada desde o último pleito, as demais sofrem influências de difícil entendimento por parte do eleitorado mais simples.
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Políticos de outras regiões passaram a tomar decisões no Município, como se de Anápolis fossem. Ou, como se entendessem mais de Anápolis do que os próprios anapolinos.
Um exemplo é o Prefeito Roberto Naves, impedido de disputar mais uma eleição, que tem quebrado a cabeça para indicar um sucessor, ou, herdeiro político.
Já experimentou vários nomes, como o de seu vice, Márcio Cândido, sumariamente afastado da disputa, depois de uma animada pré-campanha e que, agora, defende a candidatura posta da secretária Eerizânia Freitas.
Antes, Roberto Naves já havia dito que o vereador Leandro Ribeiro era o candidato de seu sonhos. Não é mais. Leandro, até, já “abandonou o barco” e pulou nos braços do candidato do MDB, Márcio Corrêa. É voz geral que o próprio Prefeito assegura que o candidato que indicaria seria o que fosse apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo Governador Ronaldo Caiado.
A candidata do momento, indicada por Naves, Eerizânia Freitas, ao que consta, pelo menos, por enquanto, não tem o dedo de Bolsonaro, que via de seu principal interlocutor em Goiás, ex-deputado federal Major Vitor Hugo, “abençoou” a pré-candidatura do suplente de deputado federal Márcio Corrêa. E, muito menos, Caiado bateu o martelo no apoio a Eerizânia e ela desembarcou no União Brasil.
Então, até agora, parte da tese de Roberto falhou.
Todavia, a influência externa observada na política de Anápolis não para por aí. O PDT ensaiou uma pré-candidatura com o ex-prefeito Pedro Fernando Sahium, indicado pela deputada federal Flávia Moraes e seu esposo, ex-prefeito de Trindade e deputado estadual George Moraes.
Há quem ande a perguntar, o porquê dessa influência do casal trindadense na sucessão em Anápolis. E, como se isso não bastasse, o casal, supreendentemente, entendeu de tirar a força de Sahium e entregar o comando da legenda ao vereador Domingos de Paula que saiu recentemente do PV.
Este, incontinentemente, cuidou de anular Pedro Sahium e indicar a servidora pública Mariane Stival como candidata a Prefeita pelo PDT. Os dois, por sinal, teriam feito uma visita “de cortesia” ao Prefeito Roberto Naves recentemente. Mas, Sahium, pelo que consta, ainda não “jogou a toalha” e pode, sim, voltar ao páreo. O tempo dirá.
Outras influências
Sabe-se, também, que o ex-governador Marconi Perillo, na semana passada, disparou alguns telefonemas direto de Londres, onde estava, para algumas lideranças políticas em Anápolis e afirmou que o PSDB, partido do qual é o Presidente Nacional, vai participar, ativamente da disputa.
O PSDB tem como pré-candidato (já em pré-campanha) o advogado Hélio Lopes, estreante na política partidária. Mas, fala-se que dois outros peessedebistas, também, continuam no páreo: o ex-vereador Wesley Silva.
O ex-prefeito João Gomes estava no páreo pelo partido tucano, mas, trocou a sigla pelo PSD e pode, também, ser uma alternativa na disputa.
O certo é que, a rigor, praticamente nada se definiu, a não ser o cumprimento das normas técnicas do TSE. Gente que é candidatíssima hoje, pode não ser mais amanhã. Eleição em Anápolis não é tão fácil como alguns imaginam. A história mostra isso.
Pesquisas, levantamentos, pronunciamentos, presença na mídia, reuniões, conchavos, tudo isso é inútil. O afunilamento para saber-se quem é quem, só vai acontecer depois de definidas as convenções. Até lá, tudo o que se disser pode ser desconsiderado. Para a alegria de uns, e o descontentamento de outros.