Seja em campo, quadra ou octógono, árbitras vêm conquistando espaço e mostrando potencial na direção de competições esportivas.
O primeiro final de semana de fevereiro foi singular na história dos esportes, já que as mulheres fizeram história com a arbitragem no Mundial de Clubes da FIFA e no Super Bowl. Mas nem sempre foi assim. Dominado por homens, começamos a ver mudanças nessa modalidade no Brasil em 1967.
Léa Campos, foi a primeira árbitra brasileira, em 1967, enfrentando burocracia, meses de cursos e preparação física. Na época, o então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e que seria o futuro presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), João Havelange, havia declarado que “nenhuma mulher nunca se tornaria árbitra de futebol”, imagine só!
Léa, hoje serve de inspiração para árbitras como Regildenia de Holanda Moura (47), que após quatorze anos de preparação, busca por oportunidades e faz parte do tão almejado quadro de arbitragem da (FIFA). Para ela, infelizmente a resistência na área é muito grande, entretanto, as oportunidades de inserção vêm surgindo mais e mais: “Temos que fazer todos os testes iguais aos homens, tanto físicos quanto teóricos. Porém, não somos escaladas com a mesma igualdade. Há sempre uma desconfiança em torno do nosso trabalho e preparação, o aproveitamento não é o mesmo, contudo temos que prosseguir firmes para quebrar essa barreira”.
Por isso, o dia 07 de fevereiro tem tanto peso. Tornou-se uma data histórica para as mulheres no esporte, onde a brasileira Edina Alves se tornou a primeira mulher a apitar um jogo no Mundial de Clubes da Fifa e a norte americana Sarah Thomas a primeira a estar no grupo de arbitragem de uma edição de Super Bowl, a final do futebol americano.
No Mundial de Clubes, Edina Alves apitou o confronto entre Al Duhail e Ulsan Hyundai FC, pela disputa do quinto lugar da competição, sendo que o trio de arbitragem também foi composto por mulheres, com a brasileira auxiliar Neuza Back e a argentina Mariana de Almeida. Um trio 100% feminino que fez história no Catar.
No quadro da Fifa desde 2016, a árbitra nacional já apitou diversos jogos do Campeonato Brasileiro masculino e a Copa do Mundo da Fifa feminina de 2019, realizada na França, além da Copa América feminina de 2018. Mas foi a primeira partida masculina da FIFA apitada por uma mulher. Ao seu lado, Neuza Back, que fez parte do trio, em 2020, havia se tornada a primeira brasileira a “bandeirar” em um jogo internacional fora do país, quando foi escalada para o confronto Peñarol x Velez Sarsfield.
Já a Sarah Thomas esteve no grupo de arbitragem do Super Bowl LV, na vitória do Tampa Bay Buccaneers sobre o Kansas City Chiefs. O jogo é o mais importante no ano para os amantes de futebol americano, esporte que vem ganhando cada vez mais simpatizantes e torcedores no Brasil.
Atualmente com 47 anos, Sarah já vem fazendo história na modalidade há um bom tempo. Em 2015, ela se tornou a primeira árbitra de campo na história da NFL e em 2019 foi a primeira a estar nessa posição em um jogo de playoffs.
Além desses grandes feitos, neste mesmo ano, em janeiro, tivemos também o primeiro jogo da NBA com duas árbitras.
Natalie Sago e Jenna Schroeder fizeram história no dia 25 de janeiro, na NBA, como as primeiras árbitras a trabalharem juntas em um mesmo jogo – a partida entre Charlotte Hornets e Orlando Magic. Natalie foi a referee, árbitra principal, e Jenna, umpire, uma assistente.
Ficamos ainda surpresos com o fato de estarmos vivendo e experimentando esses primeiros acontecimentos relacionados às mulheres em todas as esferas da sociedade. Ficamos felizes de ver os espaços conquistados, mas ainda temos muito a conquistar.
A boa notícia é que mulheres na arbitragem é sim uma tendência e tem tudo para crescer.
Shoooow
Obrigada!! Ótima semana!