Para a cosmovisão atual, a verdade nada mais é do que aquilo que acreditamos que ela seja. Trata-se de algo subjetivo. Sócrates afirmou que “a verdade é o que é”, mas Hegel, em sua filosofia dialética, disse que a verdade é aquilo que cada um acha que é. Tudo é uma questão de perspectiva!
Mesmo vivendo em uma sociedade caracterizada pelo relativismo, o fato é que insistimos em dizer: “isto é justo!” ou “isto não é justo!” Mas, como afirmamos que algo é justo se não existe verdade absoluta? Se não há um princípio que seja referência última e “verdadeira” para aquilo que defendo? Apesar de tudo, o conceito de justiça e verdade está sempre presente em nossa história.
Na Bíblia há várias narrativas consideradas injustas. Na parábola do Bom Samaritano, Jesus não considerou justo que dois religiosos passassem de largo quando havia um homem semimorto, ferido por assaltantes, no caminho. A solidariedade e compaixão são necessárias e fundamentais para o ser humano. Portanto, a negligência e o descaso não podem ser considerados justos.
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Um incidente com o rei Davi é marcado por profunda sensibilidade quando ele, exausto no deserto, suspirou pela água fria da fonte de Belém. Para agradá-lo, alguns valentes soldados fizeram uma caminhada arriscada. Eles passaram no meio das fronteiras inimigas e buscaram água para Davi.
Ao receber a água, Davi transformou aquele momento em um ato de adoração a Deus, derramando, em forma de sacrifício, o presente recebido. Ele não achou justo ser tão privilegiado à custa do risco de vida de pessoas que o respeitavam e eram tão sensíveis às suas necessidades.
A Bíblia demonstra que não é justo ser perdoado e não perdoar, tolerar as próprias faltas e não tolerar a falta alheia. Não é justo julgar os outros e não julgar a si mesmo. Não é justo querer que nos tratem com delicadeza se somos rudes com os outros. Não é justo dar pedra àqueles que nos pedem pão. Não é justo ter e não repartir. Não é justo acumular excessivamente quando tantos carecem do básico. Não é justo ignorar o sofrimento das pessoas para manter o nosso luxo pessoal.
No sermão da Montanha, Jesus afirmou: “Não bombardeiem de críticas as pessoas quando elas cometem um erro, a menos que queiram receber o mesmo tratamento. O espírito crítico é como um bumerangue. É fácil ver uma mancha no rosto do próximo e esquecer-se do feio riso de escárnio no próprio rosto. Vocês tem o cinismo de dizer: ‘deixe-me limpar o seu rosto’ quando o rosto de vocês está distorcido pelo desprezo? Isso também é teatro, é fazer o jogo do “sou mais santo que você”, em vez de simplesmente viver a vida. Tire o cinismo do rosto e, então, você poderá oferecer uma toalha ao seu próximo para que ele também limpe o rosto.” (Mt 7.1-5 / Versão contemporânea)
Há muitas coisas que fazemos e não são justas… agir assim, não é justo!!!