Tanto a incontinência urinária quanto os problemas que envolvem a parte sexual, são casos que resultam em certo tipo de constrangimento, principalmente para a mulher. Mas, o que poucos sabem é que esses acometimentos podem ser resolvidos apenas com tratamentos à base de fisioterapia. Trata-se de técnicas aplicadas por especialistas que estimulam o fortalecimento da musculatura, no caso das mulheres, o vaginal.
Através de técnicas de kegel, originariamente desenvolvidos como um método para controlar a incontinência em mulheres após o parto, as especialistas Fabiana Pureza Gontijo e Glennia Goulart iniciaram um trabalho nessa área em Anápolis. Apesar dos preconceitos sociais, elas dizem que o procedimento auxilia, não só nessas áreas citadas acima, mas, também, ocorre influência no relacionamento familiar, do casal, e proporciona melhor qualidade de vida.
A fisioterapia com técnica de kegel tem como objetivo principal fortalecer a musculatura por meio, por exemplo, da eletroestimulação. Nesse caso, um aparelho é introduzido no corpo e, por estímulos elétricos, aumenta-se o fluxo sanguíneo para os músculos da uretra e do assoalho pélvico. O resultado é mais força para os músculos. O aparelho, nas mulheres, é introduzido pela vagina. Nos homens, pode ser pelo ânus ou instalado na perna, em um nervo que tem reflexos no pavilhão pélvico. O paciente não sente dor, e o desconforto é monitorado pelo médico.
A fisioterapeuta Fabiana Gontijo explicou que o tratamento é um aprendizado contínuo do próprio corpo. “Serve para que a pessoa conheça e fortaleça a intimidade com o próprio corpo”, disse. Segundo ela, um exemplo disso é quando se pede para a pessoa contrair a musculatura vaginal e esta pessoa sente dificuldade em obedecer. “Com exercícios feitos corretamente é possível que a mulher fortaleça cada vez mais a musculatura”, disse.
Além da técnica, também existem os exercícios de pompoarismo que são aplicados pela fisioterapeuta com formação em ginecologia e obstetrícia e formada em pompoarismo, Glennia Goulart. Nesse caso, vários instrumentos são utilizados para o fortalecimento, o mais comum é as bolinhas de ben-wa, que imita o sugar do pênis.
Com o constante exercício, como resultado, melhoram a qualidade do orgasmo e evitam o afrouxamento da região pélvica, que, com a idade ou com partos sucessivos, perde a firmeza.
Incontinência
Situado abaixo da região do abdômen, o assoalho pélvico é um conjunto de músculos que dá sustentação a alguns órgãos, como a bexiga. Se essa musculatura não está forte o suficiente, a pessoa começa a sofrer incontinência urinária. Muitas vezes encarada como algo exclusivo de idosos e sobre o que não há muito que se fazer, a incontinência atinge também adultos, de ambos os sexos. A boa notícia é que há cura. E cura com um método simples: a fisioterapia uroginecológica.
De acordo com a especialista em acupuntura e pós graduanda em dermato funcional, Fabiana Pureza Gontijo, a incontinência tem duas classificações: a de esforço e de urgência. A primeira pode ser identificada com a tosse onde ocorre uma eliminação de urina e a segunda é quando a pessoa não consegue se segurar antes de chegar ao banheiro.
Para este caso, os ginecologistas orientam que as mulheres façam o procedimento cirúrgico chamado períneo. No entanto, a especialista garante que com a fisioterapia o problema pode ser resolvido. “Com eletroestimulação, cinesioterapia, ginástica interna ou com bola suíça são alguns dos procedimentos que usamos para fortalecer a musculatura”, explicou.
Falta de conhecimento do corpo
Nas ocorrências que envolvem a parte sexual, como a falta de libido, flacidez seguida de flatulência vaginal, que impedem a mulher de chegar ao prazer “máximo”: o orgasmo, a especialista Fabiana Gontijo explica que as várias queixas que recebe, inicialmente, são conseqüência da falta de conhecimento do próprio corpo e, posteriormente, vê-se um quadro de insatisfação sexual. Em ambos os casos o problema também pode ser resolvido com fisioterapia.
Para se ter a dimensão sobre o assunto, estudos epidemiológicos nos EUA, Reino Unido e Suécia indicam que cerca de 40% das mulheres com idades entre 18 e 59 anos apresentam queixas sexuais significativas, assim divididas: 33% (um terço) envolvem manifestações de déficit de desejo sexual; 24% (um quarto) descrevem anorgasmia; 19% (um quinto) relatam dificuldade de excitação/lubrificação; 15% (um sétimo) queixam-se de dispareunia; e, 09% (um décimo) se referem a outras queixas.
Para o orgasmo, as técnicas de pompoarismo são as indicadas. “Com a musculatura vaginal fortalecida, atinge-se o orgasmo com maior facilidade e com mais qualidade”, explicou Fabiana Gontijo. Segundo ela, muitas mulheres chegam ao consultório dizendo que perderam a libido e esse problema reflete diretamente na vida com o marido e, consequentemente, ficam mal humoradas e, até mesmo, depressivas.
Para qualquer tratamento o custo/benefício é de R$ 400 e prazer sexual de qualidade. Em Anápolis, a clínica Revitalize, onde as especialistas citadas nessa reportagem atendem, é a única que possui o aparelho de eletro/ estimulação. Ele tem uma sonda que é introduzida na vagina, causando contrações involuntárias, fortalecendo a musculatura do assoalho pélvico. Os resultados são analisados por gráficos e, posteriormente, comparados para se avaliar o desempenho do tratamento. Além do tratamento na clínica, o atendimento domiciliar está disponível.
Serviços:
Clínica Revitalize
Avenida Presidente Kennedy 1160
Sala 7, Maracanã