Por Vander Lúcio Barbosa, jornalista
Estimativas da CMTT – Companhia Municipal de Trânsito e Transportes – apontam que o índice de propriedade de veículos automotores em Anápolis é um dos mais altos do Brasil. Enquanto que a média nacional é de dez veículo para cada quarenta habitantes, em Anápolis esta média cai para dez veículos para cada 13 habitantes. Talvez isto explique, em parte, o grande quebra-cabeças que é o trânsito anapolino, baldados todos os esforços das autoridades competentes para definirem uma melhor harmonia na relação pedestre/veículo. Estima-se também que, a cada dia, uma média de 50 novos modelos sejam vendidos nas concessionárias e garagens da Cidade, com grande parte destes veículos permanecendo em Anápolis. Uma pequena parte é comercializada com clientes de cidades próximas.
E, a tendência é que esta equação se contraia mais ainda. Isto porque o interesse em adquirir um veículo é alto entre os brasileiros. É o que mostra uma pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e da Webmotors. De acordo com o levantamento, 95% das pessoas têm interesse em comprar carro. Na comparação com o último ano, a vontade de adquirir, ou, trocar um veículo permanece estável em 2022 – tendo, apenas, um ponto abaixo, em 2021. Ainda, a intenção de comprar carros usados e seminovos continua crescente. A pesquisa foi feita com 2.426 consumidores espalhados por todo o Brasil (89% homens, com idades entre 36 e 45 anos). A maioria é da região Sudeste (59%), Sul (18%) e Centro Oeste (11%). O público feminino, na comparação com o último ano, aumentou 02 pontos percentuais (10%).
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Durante a pesquisa, 77% dos entrevistados possuíam um ou mais veículos e 23% não tinham carro. Dentre os donos de veículos, a intenção de compra de um usado, neste ano, cresceu 04 pontos percentuais, chegando a 85%. Para o público que respondeu não possuir veículo, 93% tinham a intenção de compra, um avanço de 5%. Além disso, a pesquisa revelou que, apenas, 16% dos entrevistados realizaram uma compra, ou, troca de veículo.
Os números de Anápolis destoam da média nacional e da média do Centro Oeste, tendo em vista o perfil da Cidade. É que à exceção de Goiânia, em um raio de 80 quilômetros não se encontram revendas de automóveis. Assim sendo, adquirentes de veículos de cidades da região, invariavelmente, emplacam-nos no Município, o que faz crescer as estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito.
Outro detalhe é a crescente comercialização de motocicletas, que coloca Anápolis no topo das cidades de médio porte quando o assunto é venda e revenda de motos. Por estas e outras razões, fica, cada vez, mais difícil dotar a Cidade de um sistema de trânsito harmonioso e prático. Todavia, é um caminho sem volta. As ruas vão permanecer com as mesmas larguras e as mesmas dimensões, as fábricas não vão parar de produzir novos veículos e o público não vai deixar de adquiri-los. Com a palavra os técnicos e engenheiros.